Luz verde para contratar novos médicos chegou a tempo e horas. Há 413 vagas

Para os hospitais há 287 lugares, há 13 vagas para a área de saúde pública e 113 para a medicina geral e familiar.

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Rui Gaudêncio

Foi autorizada a tempo e horas, ainda que no último dia possível, a abertura do segundo concurso deste ano para a contratação de médicos recém-especialistas, com um total de 413 vagas. Se todos os lugares forem preenchidos, será possível dar médico de família a cerca 170 mil pessoas, porque há vagas para mais de cem especialistas em medicina geral e familiar. Para os hospitais há 287 lugares e ainda há 13 vagas para a área de saúde pública.

Lisboa e Vale do Tejo, uma das regiões de saúde mais carenciadas do país, vai poder contratar 50 jovens médicos de família, enquanto o Norte e o Centro têm luz verde para abrir concurso para 12 clínicos cada. O Algarve tem 12 vagas e o Alentejo, nove. São 113 médicos de família, no total.

Nos hospitais, por especialidades, a medicina interna é naturalmente a que tem mais lugares (60), seguida da pediatria (25), da anestesiologia (23), da cirurgia geral (18) e da psiquiatria (16). 

O Governo "aprovou um regime excepcional de recrutamento, célere, que garante progressivamente às populações um número de médicos adequado às necessidades e oferece-lhes um contexto de integração e estabilidade profissional no SNS", justifica o Ministério da Saúde, em nota à imprensa esta quinta-feira divulgada.

O mapa completo está disponível no Diário da República de quarta-feira, dia em que terminou o prazo previsto na lei para a publicação dos despachos conjuntos dos ministérios da Saúde e das Finanças que autorizam a abertura dos concursos. O prazo para a apresentação de candidaturas são cinco dias úteis.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) aplaudiu a abertura dos concursos no prazo previsto na lei. “Após anos de combate do SIM", os concursos para médicos recém-especialistas "abriram de forma célere, cumprindo o disposto" na lei aprovada em Agosto que estipula um prazo de 30 dias após a homologação e afixação da lista de classificação final do internato médico, refere o sindicato na sua página na Internet. Em 2017, o tempo de espera entre o fim da formação dos médicos e a abertura do concurso foi de cerca de dez meses.

Mas o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, defendeu, em declarações à TSF,  que o número de vagas anunciado pode trazer “constrangimentos” aos hospitais, lembrando que “as condições de trabalho no SNS são cada vez mais precárias”. “Não é por acaso que muitos médicos têm apresentado a demissão de cargos de chefia, isto vai trazer alguns constrangimentos em termos daquilo que são as opções dos médicos", disse.

Trata-se do segundo concurso deste ano. No final de Julho passado, foram abertas 1234 vagas naquele que foi o maior concurso dos últimos anos nestas áreas, mas nem todos os lugares foram ocupados.

Neste último concurso, deverá acontecer o mesmo, até porque foram 327 os médicos que concluíram com aproveitamento o internato da especialidade, segundo a Lusa. O objectivo do Governo é convencer médicos que estão no sector privado ou no estrangeiro a regressar. Resta saber se isto será possível.

No primeiro concurso, na área de medicina geral e familiar, mais de um quinto das vagas ficaram por preencher por falta de interessados. Foram 86 lugares que ficaram desertos em centros de saúde.

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