Em Lisboa, “sala de chuto” móvel começa a funcionar até ao final do ano

Estão também previstas duas salas fixas de consumo vigiado no Lumiar e no Vale de Alcântara que devem abrir ao mesmo tempo. Não há, contudo, uma data prevista.

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Nuno Ferreira Santos

Lisboa terá a funcionar uma das três salas de consumo assistido que pretende instalar ainda este ano. Trata-se de uma unidade móvel, que procurará dar resposta aos consumos dispersos no eixo da Avenida Almirante Reis e zona oriental da cidade, e que deverá estar na rua até ao final do ano, disse ao PÚBLICO o vereador com os pelouros da Educação e Direitos Sociais da capital.

Além desse posto móvel, a cidade terá ainda duas salas de consumo fixas, uma no Alto do Lumiar, perto do Bairro da Cruz Vermelha, e outra no Vale de Alcântara, mas que demorarão mais tempo a abrir portas, reconheceu o vereador. As três estruturas, recorde-se, foram anunciadas em Abril.

Manuel Grilo explicou que a localização da sala de consumo vigiado do Lumiar está já definida e que há inclusive “uma pressão da junta de freguesia” para que seja instalada rapidamente. Quanto ao espaço que ficará localizado no Vale de Alcântara, na freguesia de Campo de Ourique, Grilo explicou que a autarquia está “com alguma dificuldade” em definir um local, ainda que estejam identificados alguns espaços. Falta agora perceber se algum desses equipamentos cumpre com as regras que existem desde 2001, ano em que as salas de consumo vigiado foram contempladas na legislação portuguesa (Decreto-Lei n.º 183/2001).

As duas salas deverão ser abertas ao mesmo tempo para “evitar que haja transferência [de consumidores] de um para outro local”, explicou Manuel Grilo. “É provável que demore um pouco mais a implementação destas salas de consumo assistido para elas poderem arrancar em simultâneo", notou.

As duas salas ficarão em locais onde se convive com a droga há décadas, seguindo assim a “regra” das 90 "salas de chuto" que existem pela Europa.

O objectivo maior é tirar as pessoas da rua, impedir que consumam a céu aberto, em más condições de higiene, recorram a substâncias alteradas ou tenham overdoses, possibilitando-lhes uma toma diária, vigiada.

Para já, não há horários de funcionamento ainda definidos. Os custos também ainda não são conhecidos. Apenas se sabe que a unidade móvel custará 180 mil euros (custo de equipamento e primeiro ano de gestão), mas a actual vereação não se compromete com o orçamento de 250 mil euros para cada sala fixa que tinha sido avançado por Ricardo Robles.

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