Presidente da Fundação Eduardo dos Santos foi detido

Ismael Diogo foi detido na quinta-feira na sequência de uma investigação a uma apropriação indevida de 20 milhões de dólares do Conselho Nacional de Carregadores.

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José Eduardo dos Santos Reuters

O presidente da Fundação Eduardo dos Santos, Ismael Diogo, foi detido na quinta-feira pelas autoridades angolanas, na sequência de uma investigação a uma apropriação indevida de 20 milhões de dólares (cerca de 17 milhões de euros) do Conselho Nacional de Carregadores. A notícia é avançada pelo Expresso.

A apropriação deste valor dos cofres do Conselho Nacional de Carregadores aconteceu num período em que este organismo estava sob a tutela de Augusto Tomás, então ministro dos Transportes, e que, na semana passada, foi também detido por suspeita de desvio de fundos. Além do ex-ministro, foi detido preventivamente Rui Manuel Moita, ex-director-geral adjunto para a Área Técnica do Conselho Nacional de Carregadores. 

Ainda de acordo com o semanário Expresso, Ismael Diogo foi levado para a prisão de São Paulo depois de ter faltado aos serviços de investigação criminal angolanos.

O presidente da Fundação Eduardo dos Santos foi posto no Hospital Prisão São Paulo, em Luanda, o mesmo local onde está detido preventivamente José Filomeno dos Santos, filho do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos e antigo presidente do Fundo Soberano de Angola, também na semana passada. 

Esta fundação foi formada por José Eduardo dos Santos, em 1996, tendo como objectivo dar assistência, através da cooperação com várias entidades públicas, a famílias carenciadas.

A detenção de Ismael Diogo junta-se assim ao rol de prisões de antigos responsáveis da anterior presidência angolana e reforçam a promessa de cerco à corrupção prometido pelo actual Presidente, João Lourenço, que celebrou na quarta-feira o primeiro aniversário na presidência.

Filomeno dos Santos, conhecido como "Zenú", foi detido na semana passada sendo acusado dos crimes de associação criminosa, tráfico de influência, burla e branqueamento de capitais. Em causa está uma investigação à suspeita de uma transferência irregular de 500 milhões de dólares para o Reino Unido. “Zenú”, que foi exonerado do Fundo Soberano angolano por João Lourenço, já tinha sido constituído arguido em Março na sequência desta investigação.

No âmbito deste processo está também em prisão preventiva o empresário angolano-suíço Jean-Claude Bastos de Morais, próximo do filho do ex-presidente e dono da empresa que geria a grande fatia dos activos do fundo soberano, a Quantum Global. Valter Filipe, ex-governador do Banco Nacional de Angola (BNA), foi igualmente acusado.

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