Só há cinco hospitais com mais de 3 mil nascimentos por ano

É em Coimbra, no Algarve e na Maternidade Alfredo da Costa que nascem mais crianças. E há hospitais com menos de 500 partos por ano.

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O número de partos tem vindo a diminuir lentamente, com algumas oscilações, ao longo dos últimos anos em Portugal. Actualmente, há apenas cinco unidades que fazem mais de três mil partos por ano no país. O Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, que integra duas maternidades, é aquele onde mais crianças nascem em cada ano, 4821 no ano passado, menos do que nos dois anos anteriores mas mais do que em 2014. O Centro Hospitalar do Algarve aparece em segundo lugar na lista, com 3697 partos no ano passado.

Segue-se a Maternidade Alfredo do Costa (integrada no Centro Hospitalar Lisboa Central) onde em 2017 o número de partos ascendeu a 3673, um aumento relativamente aos três anos anteriores. Na lista dos maiores “berços” em Portugal segue-se o Centro Hospitalar do Porto (que inclui o Centro Materno-Infantil), com 3372 partos, e o Hospital de Braga, com 3046.

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Todos os outros hospitais fazem menos de três mil partos e há estabelecimentos onde nascem menos de 500 crianças por ano - as unidades locais de saúde de Castelo Branco, do Norte Alentejano, e do Nordeste.

Entretanto, cerca de 15% do total dos partos são actualmente feitos em hospitais privados e é também crescente o número de crianças a nascer nas unidades geridas em parceria público-privada (PPP) no Serviço Nacional de Saúde  - Loures, Cascais, Vila Franca de Xira e Braga.

São, explicam os especialistas, equipamentos que oferecem melhores condições hoteleiras, por serem edifícios construídos de raiz e terem mais quartos individuais ou com poucas camas, ao contrário do que acontece com os blocos de parto dos hospitais públicos mais antigos.

Olhando para o mapa dos nascimentos nos últimos anos, percebe-se, por exemplo, que o hospital de Braga tem vindo a aumentar o número de partos, tal como o hospital de Loures e o de Cascais – que no ano passado ultrapassaram já o total registado no Hospital de Santa Maria (Centro Hospitalar de Lisboa Norte). Também Vila Franca de Xira está a crescer. 

Uma situação que era expectável, observa o presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, Luís Graça, que lembra que há mais casais jovens a viver nestes concelhos. O Hospital de Santa Maria, porém, está a receber cada vez mais casos de partos complicados que são reencaminhados para ali por várias unidades, incluindo hospitais privados. “Quando se esgota o plafond do seguro, os casos mais complexos são enviados para o SNS", frisa.

O facto de os nascimentos nos hospitais privados ter disparado de 2000 para 2015, quase duplicando neste período (de 6787, em 2000, para 12.186 em 2015) foi um dos assuntos destacados no último Relatório de Primavera do Observatório Português dos Sistemas de Saúde. Neste período, o número de nascimentos nos hospitais públicos reduziu cerca de 30%, com o país a passar de cerca de 120.000 para 85.500 nascimentos.

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Um problema que persiste é o da elevadíssima taxa de cesarianas nos hospitais privados, que se mantém superior a 60%, mais do dobro da média das unidades do Serviço Nacional, ainda assim bem acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (15%). 

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