Saladas torradas

Já acordo a pensar no prato do pequeno-almoço. Tem um tomate para cortar à mesa, oregãos secos (dos selvagens), folhas de manjericão acabadas de arrancar, azeite de Portalegre, pão fresco e um coro infantil de queijos brancos.

É nesta altura, princípio de Julho, que o tomate começa a ficar bom e tão irresistível que altera completamente os nossos pequenos-almoços, que deixam de ser de Inverno e passam a ser de Verão.

Já acordo a pensar no prato do pequeno-almoço. Tem um tomate para cortar à mesa, orégãos secos (dos selvagens), folhas de manjericão acabadas de arrancar, azeite de Portalegre, pão fresco e um coro infantil de queijos brancos: queijinhos frescos de ovelha, feta de mergulho, requeijão e bolas de mozarella de búfala.

A Maria João descobriu que o feta fica bem com a mozarella — tempera-a e tudo, dispensando o sal. Num prato no meio da mesa fica a mozarella rasgada à mão, o feta em pequenos muros destroçados, o tomate sem pele nem sementes, temperados por pouco azeite (que pode ser grego), orégãos e manjericão.

O pão é da Assafora, carcaças estaladiças do Mucifal, pão de centeio que vem de Lisboa, da padaria Gleba. É um luxo ir mudando de pães à medida que se come. Uns torram-se, outros não. Alguns levam manteiga e a combinação da manteiga com o azeite sabe melhor por parecer proibida.

As combinações são muitas, começando pelo pa amb tomáquet que se vai sujeitando às variações que vão apetecendo. São saladas de tomate e queijos brancos em torradas molhadas com azeite. Não pertencem a nenhum país — pertencem a vários.

Só precisam, aqui em Portugal, do pão português feito em padarias das verdadeiras que rareiam cada vez mais e não precisam de se chamar padarias "portuguesas" por não serem.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários