Marcelo contra ligações entre economia e política e não comenta caso Sócrates

Presidente da República esteve em Évora.

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Marcelo esteve na apresentação do trajecto entre esta cidade e Trancoso dos Caminhos de Santiago-Via Portugal Nascente LUSA/NUNO VEIGA

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou-se nesta sexta-feira contra ligações entre sectores económicos e políticos, em termos gerais, escusando-se a comentar a decisão do antigo primeiro-ministro José Sócrates de se desfiliar do PS.

O chefe de Estado não quis comentar a desfiliação do Partido Socialista de José Sócrates, alegando que se trata de um caso individual, que está a cargo da justiça e que envolve a vida interna de um partido.

"Portanto, a três títulos, eu não posso comentar esta matéria", acrescentou.
Perante a insistência dos jornalistas, em Évora, o Presidente da República disse ter, "há muitos anos", uma posição, em "questões genéricas", contra as ligações entre sectores económicos e políticos.

"Quando fui líder partidário, num congresso, fiz um grande ataque às ligações que havia ou podia haver entre sectores económicos e políticos. Isso é em geral", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
Nesta deslocação a Évora para a apresentação do trajecto entre esta cidade e Trancoso dos Caminhos de Santiago -- Via Portugal Nascente, o Chefe de Estado foi também questionado sobre a necessidade de uma revisão ao regime de abonos dos deputados.

Marcelo Rebelo de Sousa voltou a recusar comentar "casos individuais ou por grupo", mostrando-se convicto de que a Assembleia da República "está permanentemente atenta àquilo que é preciso fazer para que não haja dúvidas".

"É a casa da democracia, defensora da transparência, a transparência é uma componente fundamental dessa democracia e, certamente, que, em cada momento, irá aperfeiçoando os mecanismos para que a transparência se afirme e a democracia também", disse.

"Foi isso que eu quis dizer na cerimónia do 25 de Abril", vincou Marcelo, repetindo que as instituições "devem estar atentas aquilo que é a melhor forma de realizar o espírito da Constituição da República Portuguesa e dar força e qualidade à democracia".

Caso contrário, alertou, cria-se "um vazio, dúvidas e interrogações que são negativos para a democracia".
 

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