ADAPO — Associação de Defesa dos Animais e Plantas de Olhão

No nosso Inquérito de Estimação, damos palco a associações e grupos de ajuda de animais que o mundo deve conhecer. A ADAPO, de Olhão, é responsável por cerca de 200 animais e vê na fiscalização uma medida prioritária

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Juan Carlos Ulate/Reuters Juan Carlos Ulate/Reuters

Formada em 2004, a Associação de Defesa dos Animais e Plantas de Olhão (ADAPO) nasceu de um projecto antigo, dedicado à esterilização de gatos vadios na cidade algarvia. O objectivo era “controlar o número de animais errantes”. Hoje, 12 anos depois, a ADAPO é responsável por cerca de 40 cães, “em Famílias de Acolhimento Temporário e na rua”, e perto de 150 gatos em dois refúgios, muitos deles disponíveis para adopção.

Como muitas associações, a ADAPO enfrenta problemas financeiros e a falta de uma sede é o resultado disso mesmo. “Há anos que pedimos que alguém nos ceda gratuitamente um escritório, uma loja ou um edifício, sem sucesso”, lamenta-se Nádia Sousa, que respondeu ao nosso Inquérito de Estimação. A morada dos refúgios não é, por norma, divulgada, “para evitar que mais animais sejam atirados lá para dentro de forma desumana como já aconteceu algumas vezes”.

Uma medida prioritária pelos direitos dos animais
Fiscalização. Por mais que as associações procedam à esterilização de animais de rua (assilvestrados), são normalmente os animais com dono que andam soltos ou que são abandonados que demonstram ser as principais vítimas de maus-tratos, seja pelos donos seja por terceiros. É super importante que haja fiscalização das condições em que os animais são mantidos e da existência de identificação electrónica (“microchip”) registada e com dados actuais. Acreditamos que isto é fundamental para ajudar a reduzir o abandono e as situações de negligência. Não é uma medida mágica nem milagrosa, nem vai resolver o problema de imediato, mas com certeza ajudará muito.

Um caso marcante
São tantos que é difícil escolher. Talvez o Evie, um cachorrinho de uma matilha selvagem a quem puseram um corda ao pescoço. O Evie cresceu e ficou com o pescoço cortado. Com a ajuda de uma moradora da zona que reparou que algo não estava bem, conseguimos capturá-lo e levá-lo de imediato para o veterinário. Foi extremamente chocante para nós cortar a corda e perceber a gravidade do corte. Pensámos que ia morrer... Depois encontrámos uma FAT excelente que tratou dele física e psicologicamente até ser adoptado por uma família 10 estrelas.

Um conselho para quem quer adoptar um animal
Ponderar escolher um adulto. Já se sabe o seu temperamento, o seu tamanho e são normalmente aqueles que ficam sempre para trás e sofrem mais.

Um projecto que tem que ser conhecido
Podemos nomear dois da nossa terra? Em primeiro lugar, as campanhas de esterilização massivas de gatos de rua que a Câmara Municipal de Olhão tem vindo a fazer, com o nosso apoio e das clínicas veterinárias da cidade, ao longo dos últimos anos. Já se ultrapassou a barreira dos 1000 gatos esterilizados em campanha. O segundo, não sem menor importância, é um projecto de formação de “groomers” (tosquiadores), da loja Patas ao Ar, que usa animais abandonados e de canil para ensinar os seus formandos a tosquiar os diferentes tipos de cão. Dessa maneira, os formandos podem ganhar experiência e os animais abandonados são tosquiados e lavados gratuitamente, ficando mais aliviados e mais bonitos para adopção.

Uma pessoa anónima que vale a pena conhecer
A nossa voluntária Madalena. Sempre se dedicou a tratar de animais de rua, mesmo antes da associação ser formada, maioritariamente gatos. Dedica a maior parte do seu tempo ao tratamento de animais negligenciados.

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