Capitão Fausto: novo disco e concertos de Norte a Sul

O terceiro registo de originais do quinteto será apresentado ao vivo na sexta-feira, na Casa da Música, no Porto

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Capitão Fausto DR

"Capitão Fausto têm os dias contados", o álbum que os portugueses Capitão Fausto editam na sexta-feira, é "mais melódico e complexo", um registo que espelha uma ideia de maioridade, como contou o vocalista, Tomás Wallenstein, à agência Lusa. O terceiro registo de originais do quinteto será apresentado ao vivo na sexta-feira, na Casa da Música, no Porto, no começo de uma série de concertos pelo país e que incluirá, até Maio, a passagem, por exemplo, por Viseu, Leiria, Lisboa, Évora, Braga e Coimbra.

O novo disco foi gravado em Lisboa e composto ao longo do último ano, um processo que acabou por ser mais rápido do que os dois registos anteriores: "Gazela" (2011) e "Pesar o sol" (2014), referiu Tomás Wallenstein. O álbum novo tem oito canções, nos quais se diferencia uma abordagem mais desacelerada da guitarra eléctrica, uma maior predominância de teclados, coros e a entrada de arranjos para instrumentos de sopro.

Tudo isto faz, resume Tomás Wallenstein, "uma sonoridade muito própria", distinta do registo anterior e ainda assim Capitão Fausto. O alinhamento do disco abre com "Morro na praia", tema no qual Tomás Wallenstein canta "morro na praia a vinte passos de ser um gajo formado, um gajo pronto a vingar (...) Tudo tem de mudar, agora que não estudo não me vou mais calar".

Em 2014, quando editaram o elogiado "Pesar o sol", o grupo estava ainda repartido entre a música e o fim dos estudos universitários. Dois anos depois, "Capitão Fausto têm os dias contados" acontece num momento de maioridade, numa espécie de entrada efectiva na vida adulta.

São os próprios que atestam essa condição em "Alvalade chama por mim", música que fecha o disco e na qual se ouve Tomas Wallenstein a cantar: "Nunca esquecer que a mocidade para nós chegou ao fim (...) Nunca esquecer que a mocidade nunca mais nos vai servir".

Entre "Pesar o sol" e o novo disco, os Capitão Fausto andaram em digressão, desenvolveram uma editora, a Cuca Monga, repartiram-se pelos Modernos e Bispo — bandas nas quais militam alguns dos mesmos músicos — e mergulharam na discografia de Syd Barrett, para um concerto especial na primavera de 2015, em Lisboa. Dos Capitão Fausto fazem parte Tomás Wallenstein, Domingos Coimbra, Francisco Ferreira, Manuel Palha e Salvador Seabra. Esta noite o grupo faz um ensaio que será transmitido em directo aqui.

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