Este ministro sueco conquistou os jovens no Twitter

Aos 29 anos, Gabriel Wikström ocupa o cargo de ministro da Saúde na Suécia. Jovem quer usar as redes sociais para atrair a sua geração para a política — e no Twitter, onde é conhecido como "handsome minister", já se transformou num fenómeno

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Gabriel Wikström é ministro da Saúde Pública, Saúde e Desporto Sören Andersson/Regeringskansliet

O fenómeno estourou de forma algo inexplicável, quando alguém partilhou no Twitter uma fotografia do novo ministro sueco apelidando-o de "handsome minister". O número de seguidores de Gabriel Wikström começou a subir a um ritmo acelerado e, lisonjeado, o jovem de apenas 29 anos pediu ao colega de Governo Mehmet Kaplan, ministro do Planeamento e Ambiente, para o ajudar a escrever uma mensagem em turco para agradecer aos muitos fãs que lhe escreviam nessa língua. Resultado: mais uns milhares de seguidores angariados. Gabriel Wikström não delineou uma estratégia para este sucesso, mas as redes sociais fazem definitivamente parte dos planos do social-democrata (centro-esquerda) sueco para um dos seus objectivos maiores: mostrar à sua geração que "é possível ser jovem e fazer parte da política nacional."

Para cumprir esse desígnio, o ministro da Saúde Pública, Saúde e Desporto pretende continuar a usar as redes sociais, particularmente o Twitter, onde já conta com mais de 24 mil seguidores. "Os políticos devem conhecer as pessoas onde as pessoas estão, e os jovens estão nas redes sociais", disse ao P3 numa entrevista concedida por email, acrescentando: "É uma boa forma não só de ter um meio de comunicação mas também de dialogar e construir relações."

Nas suas funções na área da Saúde, o ministro tem um objectivo primordial: "Acabar com o 'gap' que existe na saúde na Suécia." "Queremos acabar com este 'gap' numa geração. Questões de saúde não devem ser afectadas por condições socio-económicas. Com isso em mente, irei trabalhar nas minhas várias áreas de responsabilidade: saúde pública, saúde e desporto", disse Gabriel Wikström, que desde a tomada de posse, no início do mês de Outubro, tem tido como principal função gerir a crise do ébola.

A ascensão da extrema-direita

A vitória de Stefan Löfven nas eleições de Setembro pôs fim a uma liderança de oito anos do centro-direita na Suécia e levou à demissão do primeiro-ministro Fredrik Reinfeldt. Mas, apesar da vitória do centro-esquerda, os suecos viram também a extrema-direita subir nas intenções de voto, conquistando o lugar de terceiro partido mais votado. Uma realidade que é comum a outros países europeus e que Wikström vê com tristeza.

"É um sinal para nós, políticos, de que as pessoas estão infelizes com a actual situação da Europa. Sabemos que tempos de crise económica, quando a desigualdade aumenta, quando o 'gap' entre as pessoas cresce, os movimentos de extrema-direita ganham mais poder", lamenta. "É importante para nós ter políticas que devolvam a esperança às pessoas — políticas que promovam emprego, melhor educação e igualdade entre homens e mulheres. Quando conseguirmos isso, acho que os movimentos de extrema-direita vão começar a reduzir", acredita.

Antes de assumir este cargo, Wikström era vereador na cidade de Västerås e liderou a juventude do Partido Social Democrata sueco, que lidera a coligação de centro esquerda agora no poder.

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