Não houve alunos para um quinto das vagas do ensino superior

Concurso nacional de acesso encerrou com 41.464 colocados, um número que é semelhante ao do ano anterior, apesar do aumento do número de candidatos.

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Rui Gaudêncio

Quase um quinto das vagas abertas no ensino superior ficaram vazias no final das três fases do concurso de acesso. Mesmo num ano em que havia menos lugares disponíveis e mais candidatos, o sector não conseguiu atrair estudantes suficientes para preencher toda a sua oferta. Os institutos politécnicos e os cursos de engenharia são os mais afectados por esta realidade.

Nas três fases do concurso nacional deste ano, cujos resultados finais são conhecidos esta sexta-feira, acederam no ensino superior 41.464 estudantes – menos 17 do que no ano passado. Esta tendência contraria a do número de candidatos, que cresceu 5%, totalizando 64.992 estudantes. As instituições públicas tinham reduzido a sua oferta (menos 641 vagas), mas não conseguiram ocupar 18,4% dos 50.820 lugares iniciais. As universidades conseguiram uma melhor prestação (92% de taxa de ocupação), ao passo que os politécnicos só conseguiram estudantes para 68% da sua oferta.

Só as escolas superiores de enfermagem de Coimbra, Lisboa e Porto e a Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, que são instituições pequenas, conseguiram ocupar a totalidade das vagas. Além destes, os melhores desempenhos são os da Universidade do Porto e ISCTE, abas com 98% das vagas ocupadas.

O pior resultado é o do Instituto Politécnico de Tomar, que não conseguiu ter estudantes para mais do que 31% dos lugares disponíveis. Os politécnicos de Bragança (37%), Beja (43%), Portalegre (47%) e Guarda (48%) também ocuparam menos de metade das vagas inicialmente a concurso.

São os cursos de engenharia quem domina as formações com mais vagas sobrantes no final das três fases de acesso ao ensino superior, com a particularidade de os cinco primeiros lugares serem todos do Instituto Politécnico de Lisboa: Engenharia Eletrotécnica tem o pior registo (91 vagas ainda vazias), seguido das engenharias Mecânica, Química e Biológica, Civil e Eletrónica e de Computadores.

Na terceira fase, foram colocados 1116 novos estudantes, ao passo que outros 678, que já estavam colocados na da 1ª ou 2ª fases, encontraram lugar num outro curso superior. Estes estudantes têm até terça-feira para oficializarem a sua matrícula junto das respectiva instituição de ensino.

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