O sexólogo

O direito ao prazer, sermos nós próprios, à nossa individualidade, com ausência de medos e máscaras – que no fundo erguemos para nós mesmos – é o percurso correto a seguir

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Piedad Ortiz de Urbina/Flickr

“Vou ali ao Sexólogo, e já venho” – podia ser uma expressão. Será que preciso? Será uma moda? Estarei eu a negar-me a uma necessidade premente?

Na minha opinião, e na dúvida, claro que deve ir – não tenho qualquer dúvida quanto a isto.

Negar, protelar, deixar as suas questões do foro íntimo – difíceis de lidar com terceiros – pode ser confortável, mas será justo brincar com a sua própria saúde?

Enfrentar-se a si mesmo/a é um ato de coragem – sim, é. Entender que precisa de recorrer a um profissional de saúde, qualificado, capaz, e que o/ a possa ajudar é ser bravo, é sinal de inteligência. Claro que não é fácil enfrentar os nossos medos, mas atreva-se a sair da sua zona de conforto; apesar de ser doloroso irá constatar que vai valer a pena.

Um bom profissional é aquele que lhe responderá a todas as questões, sem qualquer problema, drama; aquele que o/a irá colocar à vontade – num ambiente seguro – para que se possa abrir a sua intimidade e falar de qualquer assunto, libertando-se assim dos medos e tabus. A nossa sociedade é pejada de imensos tabus, quase como se fosse assuntos proibidos, os quais nos inibem muitas vezes de tomar-mos o comando da nossa vida e fazer ou ser aquilo que pretendemos verdadeiramente.

Quer seja vítima de violência doméstica, incesto, abuso ou qualquer outro fator que possa impedi-lo/a de ter uma vida sexual bilateralmente satisfatória, dê o salto quântico. Permita-se ser “tratado”, desformatado, esclarecido, “deitar abaixo” os mitos, fazendo igualmente com que as suas angustias caiam por terra. Ser feliz e realizado/a é um direito seu. O direito ao prazer, sermos nós próprios, à nossa individualidade, com ausência de medos e máscaras – que no fundo erguemos para nós mesmos – é o percurso correto a seguir.

Como sabe a cultura de massas, os meios de comunicação, formatam-nos para sermos viris, perfeitos, corpos esculpidos; no fundo, de acordo com um formato “maintream” que nos pode fazer sentir menores, frágeis quando não o atingimos – seremos menores por isso? De todo que não. Cada um de nós tem direito à sua individualidade, a ser Ser.

Pense: tem direito a ser emocionalmente, afetivamente e sexualmente feliz e realizado/a – isto não é utopia, é um direito: o seu.

Sim, porque gostar de alguém não é invadir, chantagear ou violentar (em qualquer forma possível e imaginária): não, não é! – têm dúvidas, não consegue sair do registo em que está, precisa de ajuda, logo precisa de um profissional de saúde: o sexólogo.

O normal não existe! Existe - tirando as questões patológicas -, o tempo certo; a escolha, a opção, que cada um toma independentemente de que assunto se trata; o realizar-se relacionalmente, sexualmente ou o que seja – saia da formatação do dito “normal”, ditada pelos outros, pois você é um ser único e diferenciado dos demais: seja-o!

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