Filme The Larceny – O Furto

"The Larceny" é um projecto cinematográfico 100% português , e com profissionais que não estão ligados á industria cinematográfica. Somos portugueses, capazes, e sabemos como fazer, e bem

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Por vezes tropeçamos em projectos que nos chamam à atenção, foi isso que me sucedeu na semana passada: The Larceny (O Furto).

Primeiro achei que seria um filme independente britânico, ou mesmo americano, mas para minha surpresa, e depois de alguma investigação, fiquei boquiaberto quando se trata de um projecto 100% português — que está em "crowdfunding" (a angariar uma determinada quantia para tornar-se realidade) —, e com profissionais que não estão ligados á industria cinematográfica: o que tem em comum um escritor, que é arquitecto, que ver com uma enfermeira, um designer, um gestor de marketing ou ainda um músico a tempo parcial? Aqui, tudo: tudo!

A ideia subjacente é a captura da visão cinematografia destes profissionais projectando-a no grande ecrã.

O mais interessante são dois objectivos, no meio de tantos outros: participar no festival de Cannes e Sundance no próximo ano — será que vão conseguir?


Sinceramente, e após já ter contribuído — sim, uma pequena contribuição não custa nada, por mais singela que possa ser —, o meu desejo é que este projecto veja a luz do dia, e tenha a exposição do bom cinema, seja em língua portuguesa ou inglesa, por cá e além fronteiras.

Mas de que trata o filme afinal? De um furto — só isso? Não, claro que não.


Imagine um furto devidamente planeado, entre quatro amigos, e que a certa altura uma presença maligna muda completamente a interacção destes incitando-os à violência — fico a pensar que presença será esta? Será que a dinâmica do grupo é totalmente alterada?

E se um visitante surpresa os perseguir da forma mais negra que possa imaginar, e este furto se torne, no fundo, uma fuga, uma tentativa de escapar com vida?


Pela sinopse do filme, consigo imaginar a mutação da simplicidade de um furto banal num "thriller" psicológico que me fará ficar agarrado à cadeira do cinema, e talvez também a si, até ao último instante.

É actor? Atcriz? Tem coragem?


No próximo fim-de-semana, dia 24 de Agosto, irá ter lugar a primeira ronda do "casting" para esta aventura — no Porto, na galeria Dez Onze —; esta viagem alucinante pela vida, pela sobrevivência, tendo por base um mero furto – nada é o que aparenta.


Luís Portas é o mentor deste projecto, escritor e arquitecto, uma pessoa que sempre se sentiu atraída pela “essência dos valores humanos, pelo que nos define”.


Para não fugir à regra, os apoios “da cultura” são inexistentes; não obstante, isto não é visto como um obstáculo, pois este é um projecto social, colaborativo, em que se pretende o envolvimento da comunidade, como se de uma teia se tratasse, e a obra — o filme — fosse um pouco de todos nós.


Existem condicionantes, nomeadamente logísticos, os quais fazem com que o Porto seja “a casa”, o local eleito para as filmagens, mas locais menos conhecidos, pois assim este filme actua como uma forma de difundir Portugal, neste caso através da cidade escolhida.


Quando confrontado com o facto do orçamento ser tão baixo, mesmo no sistema de "crowdfunding", a resposta chega-nos, como não podia deixar de ser: “Temos de fazer bem as contas, fazer compromissos e escolhas [...]. O que por vezes se torna extenuante, mas acaba por criar um grande sentimento de união na equipa por estarmos todos no mesmo barco a remar contra a maré.


“O melhor que os jovens realizadores têm a fazer, é pegar numa câmara e fazer um filme, seja de que tipo for” – Kubrik.

Prepare-se, este vai ser o seu filme do próximo ano, presente no circuito comercial, bem como nos melhores festivais: europeu (Cannes) e americano (Sundance).

Somos portugueses, capazes, e sabemos como fazer, e bem: ajude a fomentar esta ideia e contribua para este projecto.

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