Australianos desenvolvem fatos "anti-tubarão"

A criação é de uma empresa australiana e tem como objectivo proteger mergulhadores e surfistas dos ataques de tubarões

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São dois fatos distintos - um para mergulhadores, outro para surfistas - mas com apenas um objectivo: tornar os humanos "invisíveis" aos olhos dos tubarões, ou confundi-los ao ponto de permitir a saída dos indivíduos de dentro de água.

O "Elude", fato destinado aos mergulhadores, é de tons azuis e brancos e esconde os indivíduos na água, confundindo as percepções de luz e cor dos predadores. Já o "Diverter", para surfistas, tem riscas pretas e brancas e cria um padrão que, segundo os cientistas, repele os tubarões - que o interpretam, naturalmente, como um sinal de perigo.

"[Para criar estes fatos] interpretámos uma ciência inovadora relacionada com os sistemas de visão dos tubarões e conseguimos convertê-la em materiais que criam alguma confusão aos olhos destes animais", explica Craig Anderson, responsável pela criação - em parceria com Hamish Jolly e o Instituto dos Oceanos da Universidade Ocidental da Austrália (UWA) - em declarações à agência AFP.

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A incidência cada vez maior dos ataques destes animais, nesta região do país (ocorreram cerca de cinco ataques fatais nos últimos dois anos), e a procura, por todo o mundo, deste tipo de soluções foram duas das razões que originaram a criação, que é ainda o culminar de um projecto de dois anos, financiado pelo governo australiano.

"Não prejudica os animais"

"Toda a gente procura uma solução. Por todo o mundo, não apenas na Austrália, todos estão nervosos com a ideia de ir para o mar", salienta o co-criador dos fatos. "Esta é uma solução segura, natural e não prejudica os animais".

Anderson e Jolly, que detêm a empresa Shark Attack Mitigation Systems (SAMS), começaram os testes em Janeiro de 2013 e têm obtido bons resultados, mesmo que ainda haja um caminho a ser percorrido. Mesmo assim, já licenciaram a ideia e já estão a aceitar pré-encomendas online. Actualmente, o preço dos fatos ronda os 300 euros.

Esta tecnologia - que vai ser alvo de um documentário da National Geographic, a ser lançado mundialmente em Julho de 2013 - poderá ainda, num futuro próximo, ser incorporada em outros materiais, como pranchas, kayaks ou esquis.

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