O argumento de "Tabu" também merece prémios

Filme de Miguel Gomes volta a ser distinguido, desta vez com o prémio International Cinephile Society

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O realizador Miguel Gomes no Festival de Berlim em 2012 Tobias Schwarz/Reuters

Não é a mesma coisa que ser premiado na Berlinale, mas um prémio é sempre um prémio e "Tabu", filme de Miguel Gomes, ganhou mais um. Desta vez o da International Cinephile Society (ICS), um grupo criado há dez anos e que reúne profissionais da indústria cinematográfica, historiadores, jornalistas e críticos.

"Tabu" foi distinguido com o prémio de Melhor Argumento Original, tendo ficado em segundo lugar nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor realizador, noticiou esta quarta-feira a Lusa. O grande vencedor nestas categorias foi "Holy Motors", de Leós Carax, mas diga-se em abono de Miguel Gomes e do seu filme, que na lista de premiados do ICS, "Tabu" fica à frente do aclamadíssimo "Amor", de Michael Haneke.

O filme de Miguel Gomes, que estreou no ano passado nas salas portuguesas, já recebeu inúmeros prémios desde que a crítica o distinguiu no Festival de Cinema de Berlim, para além de ter integrado as listas dos dez melhores filmes de 2012 em publicações de prestígio como a norte-americana "New Yorker", a francesa "Cahiers du Cinema" e a britânica "Sight & Sound".

Em "Tabu", Miguel Gomes e Mariana Ricardo, a outra argumentista, conta-se a história de uma mulher que viveu em África uma intensa história de amor e que se confronta com essa memória – que envolve também uma traição – já na velhice.

Dividido em duas partes, o filme a preto e branco evoca ao mesmo tempo a presença portuguesa naquele continente e o cinema clássico, passado entre a Lisboa dos nossos dias e os anos de 1960 no sopé do Monte Tabu.

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