Camila: de dirigente estudantil a candidata a deputada

Abalou o governo de Sebastián Piñera à frente dos protestos estudantis que levaram milhares às ruas. Em Novembro luta por um lugar como deputada nas listas do Partido Comunista

Jovem de 24 anos fará parte das listas pela localidade de Florida Ivan Alvarado/ Reuters
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Jovem de 24 anos fará parte das listas pela localidade de Florida Ivan Alvarado/ Reuters
Hector Retamal/ AFP
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Foi o rosto dos protestos estudantis no Chile, uma líder carismática que fez o governo de centro-direita do presidente Sebastián Piñera tremer com protestos que ecoaram um pouco por todo o mundo. Agora, Camila Vellejo vai mais longe: a jovem de 24 anos é candidata a deputada pelo Partido Comunista (PC) nas próximas eleições.

O anúncio foi feito este domingo pelo próprio presidente comunista, Guillermo Teillier, que informou que a jovem fará parte das listas pela localidade de Florida, onde, de resto, viveu desde criança.

Além de Camila, o PC vai apresentar como candidatos às eleições de Novembro deste ano o advogado de direitos humanos Hugo Gutiérrez y Lautaro Carmona, disse o líder comunista, Teilier, na “Fiesta de los Abrazos", um tradicional encontro do partido realizado desde a ditadura de Augusto Pinochet, quando o PC era ilegal.

A ex-presidente da Federacão de Estudantes da Universidade do Chile tornou-se conhecida durante o ano de 2011 e a onda de entusiasmo que se gerou à sua volta só é comparável com a verificada nos anos 90, em torno do porta-voz do Exército Zapatista de Libertação Nacional, o misterioso subcomandante Marcos.

Só que Camila tem o rosto à vista, ao contrário de Marcos, que o escondia com um barrete de esquiador – e a (boa) aparência da jovem ("vêm ouvir-me por causa da minha aparência, mas depois exponho as minhas ideias”, reconheceu a própria na altura) acabou por ser uma vantagem na sua luta contra a política liberal do governo de Sebastián Piñera.

Os protestos dos estudantes no Chile liderados por Camila quiseram chamar a atenção para um sistema de ensino governado como “um grande negócio” (o governo apoia universidades privadas), que gera propinas demasiado elevadas e obriga os estudantes com menos recursos a contrair empréstimos ou mesmo a desistir de estudar. 

Em Abril de 2012, Camila foi notícia pelo encontro que teve com o presidente cubano Fidel Castro e pelos elogios que lhe fez posteriormente: "Foi realmente um privilégio. Para nós, o que [Fidel] nos diz é como uma carta de rota."

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