O melhor do desenho português faz-se à estrada

O Trienal Movimento Desenho 2012 é o primeiro evento nacional que está a divulgar de Norte a Sul do país o trabalho dos agentes culturais e artistas portugueses na área do desenho

20 Anos de Mesinha de Cabeceira- exposição de banda desenhada até 16 de Dezembro no Museu da Água, em Lisboa DR
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20 Anos de Mesinha de Cabeceira- exposição de banda desenhada até 16 de Dezembro no Museu da Água, em Lisboa DR
Ilustração histórica e arqueológica Reviver o Passado, no Museu D. Diogo de Sousa a partir de 3 Novembro DR
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Ilustração histórica e arqueológica Reviver o Passado, no Museu D. Diogo de Sousa a partir de 3 Novembro DR

Até 15 de Dezembro o Trienal Movimento Desenho 2012 vai percorrer todos os distritos de Portugal com uma programação recheada com o que de melhor está a ser feito no desenho português. O objectivo é destacar a sua viabilidade, quer enquanto disciplina artística, quer enquanto agente económico e turístico.

 

O princípio da Trienal é que “em tudo há desenho”. Por isso, Ana Neves Guerreiro, coordenadora do evento, considerou que face “à pouca valorização do desenho por parte do público em geral e à sua pouca divulgação” seria fundamental criar um evento que juntasse “num só movimento, num só momento”, os equipamentos culturais que trabalhavam com desenhos em Portugal.

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Exposição Sakura no Museu do Oriente em Lisboa até 16 de Dezembro DR

 

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Exposição Luz, Som, Mix. Para ver a 2 de Dezembro em Évora, no Mercado Municipal de Montemor-o-Novo DR

Apesar desse panorama, a Trienal reconhece que nas últimas décadas o desenho tem vindo a adquirir “um novo fôlego” graças ao aparecimento de entidades especializadas na área que têm contribuído para aumentar a “sensibilização” perante esta prática artística, e a sua afirmação enquanto “instrumento de trabalho e como linguagem universal”.

 

No que toca à programação, os destaques por Lisboa vão para “Audiographia 1.0”, um concerto de desenho que vai ser dirigido pelo músico e artista plástico Zé Oliveira que vai explorar os paralelismos entre o som e a imagem. A ilustração e a banda desenhada também não vão faltar com a exposição “20 Anos de Mesinha de Cabeceira”.

 

Outra novidade é o espectáculo “Luz, Som, Mix”, que traz o desenho na forma de performance. Em interacção com o espaço e manipulação em tempo real, é apresentada uma narrativa que tem por base três personagens: uma com ideias luminosas, outra que dá música e outra que mistura tudo.

 

A “Exposição Sakura” traz até ao Museu do Oriente os trabalhos dos autores manga portugueses e dos novos ilustradores japoneses que se juntam para mostrar duas realidades diferentes mas em perfeita sintonia com uma linguagem gráfica particular.

 

Pelo Norte, vai poder ser vista, até 4 de Novembro, no Museu do Douro, a exposição, “Esquissos do Douro”. Os desenhos foram desenvolvidos por Álvaro Siza durante uma viagem através da Região Demarcada do Douro, em 1997.

 

Uma rede nacional de partilha criativa

Esta primeira edição do Trienal Movimento Desenho 2012 destaca-se pelo seu “ecletismo”, na medida em que não tem um tema único e não tem apenas um comissário. Na realidade, conta com cerca de 160 parceiros que trabalham o desenho a partir de diferentes visões artísticas e materiais transmitindo uma grande multiplicidade.

 

Autores, associações, centros culturais, escolas, faculdades, fundações, galerias e instituições privadas e públicas vão estar unidos numa rede nacional, que se apresenta como uma plataforma multidisciplinar de partilha, sinónimo de diversidade e pluralidade em torno do desenho.

 

Todos os amantes do desenho podem assistir a exposições, workshops, cursos, espetáculos, festivais, feiras e conferências, que vão abranger desde a ilustração, a arte contemporânea, a ciência, a cartografia e até o graffiti. Toda a programação pode ser consultada na agenda oficial da organização.

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