Campanha de donativos para preservar o lobo ibérico

Grupo Lobo precisa de angariar 150 mil euros para manter o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico

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Sara Loureiro

Existe há 27 anos e dedica-se à conservação do lobo ibérico. Falamos da Grupo Lobo, uma ONG sem fins lucrativos que tem ocupado alguns minutos dos jornais e até da publicidade para apelar à solidariedade alheia. Em causa está a compra do terreno onde se encontra o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico (CRIL).

Até à data, a Grupo Lobo já angariou cerca de 62 mil euros através de "crowfunding" — um sistema de financiamento colectivo fruto da parceria entre a Indiegogo e a Naturlink — transferências bancárias, concertos, caminhadas e provas de BTT.

Neste momento, com a campanha “Não deixe os lobos sem abrigo”, os interessados poderão ajudar via transferência bancária, cheque, participando nas visitas guiadas, tornando-se sócio da associação, pai adoptivo de um dos lobos ou mesmo através de uma chamada telefónica. Toda a ajuda é bem-vinda e, mais do que isso, necessária.

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Artur V. Oliveira

O centro localiza-se na freguesia do Gradil, concelho de Mafra, e estende-se ao longo de 17 hectares de vale arborizado. Em entrevista ao P3, Francisco Fonseca, presidente da Grupo Lobo e professor de Ciências da Universidade de Lisboa, salientou a importância de manter o Centro sob pena de se tratarem de animais que não podem viver em liberdade: “Há quem os apanhe e os mantenha em cativeiros ilegais, em condições miseráveis.”

O lobo ibérico

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Artur V. Oliveira

Com o nome científico "canis lupus signatus”, o lobo ibérico é uma das várias subespécies do lobo cinzento e encontra-se “Em Perigo”, de acordo com o “Livro Vermelho dos Vertebrados em Portugal”.

Em cativeiro, têm uma esperança média de vida de 17 anos e, em casos excepcionais, poderão viver 18. Pesam cerca de 35/40 quilos e alimentam-se de carne de vaca, peru, ovelha, galinha, cavalo, entre outras. Nas visitas guiadas só se deixam observar pelos humanos se assim o entenderem.

“Há alturas em que se deixam observar, outras em que não. Há que respeitar: nós [humanos] é que temos que nos adaptar aos animais”, explica Francisco Fonseca. Neste momento, a CRIL acolhe oito lobos ibéricos — entre os quais três crias com cinco meses — e aguardam a chegada de mais seis adultos.

O prazo para a compra do terreno termina dentro de cinco anos.

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