A primeira scooter eléctrica criada do zero em Portugal também é personalizável

Em cima desta scooter eléctrica é possível percorrer 100 km por 40 cêntimos

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É a primeira scooter eléctrica completamente desenvolvida em Portugal. Criada pelo Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Universidade de Coimbra (UC), esta scooter foi construída com produtos nacionais e reconhece o estilo de condução de cada utilizador, sendo, por isso, personalizável.

 

Ana Vaz foi a investigadora que aceitou o desafio de criar uma scooter totalmente ecológica. "Isto é um projecto académico do ISR de mobilidade eléctrica", refere a engenheira automóvel.

 

O objetivo era desenvolver um veículo elétrico em contexto urbano. "Foi feito um estudo e concluímos que o ideal seria um veículo de duas rodas", conta a líder do projecto, acrescentando que a escolha também se deveu à necessidade daquilo a que chama "uma nova cultura de mobilidade urbana". "Hoje assiste-se ao aumento do preço dos combustíveis fósseis, aos engarrafamentos e à 'sobrepopulação' de veículos na grande cidade." Assim, para Ana Vaz, a melhor opção e alternativa seria uma scooter eléctrica.

 

Desenvolvida pelos investigadores do ISR durante um ano e concluída em Setembro do ano passado, esta é a primeira scooter eléctrica construída do volante às rodas em Portugal. E além do trabalho desenvolvido pelo instituto, as peças utilizadas na sua construção são de origem nacional. "Conseguimos fazer um veículo 100 por cento realizado em Portugal", salienta Ana Vaz.

 

Com zero emissões de CO2, a scooter tem um sistema de propulsão completamente eléctrico e tendo um carregador on board a bateria pode ser carregada em casa ou num posto de abastecimento. Dependendo do estilo de condução, em cima da scooter pode-se percorrer 140 km por carga, chegando a uma velocidade de 50 km/h. Segundo a engenheira, "neste veículo consegue-se fazer 100 km por 40 cêntimos".

 

Uma scooter ao estilo de cada um

Mas esta scooter tem muito mais que se lhe diga. Sendo um produto personalizável, o sistema de gestão electrónica incorporada permite ao condutor configurar o tipo de condução.

 

De acordo com Ana Vaz, a scooter tem três diferentes estilos de condução. "Se quiser uma condução mais económica, basta configurar o modo ECO", explica a engenheira. Com o modo Safety, tem-se a mesma potência, mas esta é libertada de forma mais gradual. "Ou seja, o objectivo é ter uma condução mais relaxada." Já o estilo Sport é "para velocidades mais elevadas", conclui a responsável.

 

Para arrancar nesta scooter eléctrica não é preciso chave. Utiliza-se, antes, um cartão que está configurado para o modo que cada utilizador prefere. Ao passar esse cartão pelo leitor, o veículo "reconhecerá" o utilizador e assim, como Ana Vaz esclarece, "é disponibilizada a configuração do sistema para o modo que já estava programado para esse utilizador".

 

Por ser possível adquirir, não apenas um, mas vários cartões, a responsável explica que este poderá ser um veículo para toda a família, em que cada elemento tem um cartão configurado para o estilo de condução desejável. Ao reconhecer o utilizador, o sistema adopta um comportamento específico.

 

Além desta tecnologia, Ana Vaz destaca que "a scooter eléctrica tem um tablet com display, GPS e indicação da autonomia do próprio veículo".

 

Agora que o protótipo está concluído, se existir uma empresa interessada, o veículo está pronto a ser comercializado. Ana Vaz avança, com precaução, o valor máximo de 5 mil euros por uma scooter eléctrica. Mas a responsável também admite que poderá ser vendida por um preço inferior, dependendo do modelo do veículo, que poderá ter mais ou menos funcionalidades. Mas qualquer que seja o modelo, Ana Vaz não tem dúvidas de que uma scooter ecológica com estas características "será a resposta do futuro".

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