Guimarães 2012: Festivais Gil Vicente com cinco estreias

Festivais Gil Vicente voltam a apostar em criações contemporâneas, ainda que esta edição tenha uma forte presença de autores clássicos

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Os Lusíadas, de António Fonseca, é uma co-produção da CEC Susana Paiva

Evento assinala este ano 25 anos de realização ininterrupta, mantendo a aposta dos últimos anos no teatro contemporâneo. Cinco espectáculos em estreia absoluta vão marcar o festival de teatro Gil Vicente, que acontece no início do próximo mês, em Guimarães.

O evento, cujo programa foi apresentado ontem, segunda-feira, volta a apostar em criações contemporâneas, ainda que esta edição tenha uma forte presença de autores clássicos. Os Festivais Gil Vicente assinalam 25 anos de realização ininterrupta, numa edição que acontece em ano de Capital Europeia da Cultura (CEC) na cidade.

A Guimarães 2012 permitiu um reforço orçamental e contaminou a programação, que aposta nas novas criações, à semelhança do que tem sido feito ao longo do ano. Essa opção foi sublinhada pelo programador de artes performativas da Guimarães 2012, Marcos Barbosa, para quem "o mais importante para o festival era apoiar a nova criação".

Brindar os autores clássicos

No caso de “As Barcas”, de João Garcia Miguel — que abre o evento a 6 de Junho —, e de “Os Lusíadas”, de António Fonseca (9 de Junho), a CEC é mesmo co-produtora. A orientação dos últimos anos do festival, voltada para o teatro contemporâneo, é mantida nesta edição, mas as propostas partem quase todas de autores clássicos, como Shakespeare e Camões.

Mas também de duas figuras caras a Guimarães, Gil Vicente — que a tradição local diz ter nascido na cidade — e Raul Brandão, que durante vários anos ali viveu. É com Gil Vicente que começa o evento, através de “As Barcas”. O espectáculo, agendado para a fábrica ASA, mantém-se em cena nos dois dias seguintes.

Depois da abertura, o festival muda-se para o Centro Cultural Vila Flor, onde decorrem os restantes espectáculos. É ali que será apresentado “Nióbio”, uma criação da companhia Visões Úteis, com texto e direcção de Ana Vitorino e Carlos Costa, nos dias 7 e 8 de Junho.

No dia 9 de Junho, o festival lembra Luís de Camões e antecipa o Dia de Portugal com uma maratona de “Os Lusíadas”. O poema épico será lido integralmente, entre as 10h e a meia-noite, numa performance concebida por António Fonseca que vai juntar em palco várias dezenas de vimaranenses. 

A segunda semana dos Festivais Gil Vicente abre no dia 13 de Junho, num regresso ao pai do teatro português. “Joane” é o novo espectáculo da companhia galega Voadora, inspirado na figura do Parvo do “Auto da Barca do Inferno”. No dia seguinte, a proposta é o segundo momento do projecto Top Models, da companhia Cão Solteiro com André e. Teodósio [estreado este ano na Culturgest, em Lisboa].

A KARNART regressa a Raul Brandão no dia 15 de Junho: depois de “Húmus” lhe ter valido vários prémios no ano passado, a companhia criou “Ilhas”, baseado na obra “As Ilhas Desconhecidas” (1924). O festival encerra a 16 de Junho com “Sonho de Uma Noite de Verão”, espectáculo em que o Teatro Praga parte da obra homónima de William Shakespeare e de “The Fairy Queen”, de Henry Purcell, para uma criação original que conta com a colaboração dos Músicos do Tejo, que se estreou no Centro Cultural de Belém em 2010.

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