Hugo é massagista e Sydneysider

Segundo o ranking da The Economist, Sydney é a sexta melhor cidade para se viver. Hugo ganha três mil euros como massagista

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Hugo

Hugo Pereira foi para Sydney há cerca de sete anos e meio. “Fui para lá para ver se o amor era real ou não”. Ficou porque está bem na vida. É massagista numa clínica oito horas por dia. Ganha mil dólares australianos (cerca de 730 euros) por semana.

Já tinha estudado no Porto e em Guimarães. Já tinha passado pelos cursos de Engenharia Geográfica, Engenharia de Produção e Geografia. “Desisti de três cursos e nada, não tinha acabado nada”, conta ao P3.

A sua carreira só ganhou um rumo quando decidiu conhecer o Brasil, onde se apaixonou por uma australiana. “Na altura, queria viajar. Quando fui para a Austrália levava dinheiro para me sustentar lá durante três meses”.

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Matriculou-se num curso e, graças ao visto de estudante, começou a trabalhar em "part-time". Durante dois anos estudava Remedial Massage e trabalhava em bares e restaurantes para poder prolongar a sua estadia.

Qualidade de vida

“Trabalho cinco dias por semana, oito horas por dia e ganho quatro mil dólares por mês [cerca de três mil euros]”, sublinha Hugo Pereira, que divide o seu tempo entre as massagens, o 'surf' e as bicicletas todo o terreno. “Sydney é perfeito, tem praia e montanha.”

Para além disso, Sydney, que está no sétimo lugar do ranking anual da The Economist para as cidades com melhor nível de vida, é a cidade do mundo com acesso a mais parques naturais (14) e uma das mais cosmopolitas. “Existe o bairro muçulmano, o bairro italiano, o coreano, o brasileiro...”

O P3 apanhou-o num dos raros regressos a Portugal. “Entrego 12% do meu salário para impostos, mas tenho um estilo de vida”, admite Hugo, que às vezes recorre a Petersham — pequena comunidade de portugueses a cinco quilómetros de Sydney — para matar saudades da comida ou dos produtos nacionais.

Hugo Pereira não se importa de pagar 3,5 dólares (2,5 euros) por um café, dez (pouco mais de sete euros) por um “lunch special” (um T2 novo custa à volta de 600 mil dólares, mais de 400 mil euros) ou de dar de caras com uma cobra verde ou uma aranha peluda no jardim de vez em quando.

“Não vivemos uns em cima dos outros como em Portugal. Toda a gente tem espaço nesta cidade que é feita de estrangeiros.” Chamam-lhes Sydneysiders. O Hugo vai continuar a ser um deles.

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