Scallywag já tinha sofrido “incidente de homem ao mar” em Janeiro

Na quarta regata da Volvo Ocean Race, o australiano Alex Gough caiu ao mar, mas as boas condições meteorológicas facilitaram o resgate do velejador

Foto
DR

Na altura não passou de um “grande susto”, mas o “incidente de homem ao mar” ocorrido nesta segunda-feira com o velejador inglês John Fisher, que se encontra desaparecido no Oceano Pacífico, não é um caso isolado na presente edição da Volvo Ocean Race. Em Janeiro, durante a quarta regata da prova de circum-navegação por equipas em barcos à vela, o australiano Alex Gough, também tripulante da Scallywag, caiu ao mar quando o veleiro da equipa de Hong Kong se encontrava a Norte da Papua-Nova Guiné, mas as boas condições meteorológicas permitiram que o australiano fosse resgatado.

A 14 de Janeiro, a meio da ligação entre Melbourne e Hong Kong, a Scallywag, equipa do português António Fontes, liderava a regata quando durante uma mudança de vela o australiano Alex Gough caiu ao mar. O velejador, de apenas 24 anos, não tinha vestido o equipamento de segurança e esteve na água durante cerca de 10 minutos, mas a fraca ondulação e a temperatura elevada da água no local, próximo da linha do Equador, foram factores decisivos para que tudo não passasse de um “susto”.

“Estava no leme quando tudo aconteceu. Fizemos tudo rápido e ele [Alex Gough] está em segurança agora. Isso mostra como é difícil ver alguém no mar, mesmo num dia de sol. Não gostaria de ter fazer isto à noite e com muito vento”, disse na altura David Witt, skipper da Scallywag.

Ao contrário do que aconteceu no momento da queda de Alex Gough, o “incidente de homem ao mar” com John Fisher ocorreu com condições meteorológicas muito adversas: vento de 35 nós (mais de 60km/h) e ondas de seis metros. No passado domingo, para assinalar a passagem pelo “ponto Nemo”, local mais distante de qualquer continente ou ilha no planeta Terra, a VOR publicou um vídeo onde a tripulação da Scallywag relata os perigos com que se deparava na regata.

No vídeo, John Fisher explicava as “diferentes formas” como cada tripulante reagia ao frio, mas mostrava-se satisfeito por estar “num local tão remoto” onde “poucas pessoas estiveram”.

A sétima etapa da VOR, entre Auckland, na ilha norte da Nova Zelândia, e Itajaí, município brasileiro localizado no estado de Santa Catarina, é uma das mais míticas regatas offshore mas era, também, a mais temida pelas tripulações. Para percorrem as 7.600 milhas náuticas (cerca de 14.000 km) entre a Nova Zelândia e o Brasil, as equipas têm que atravessar os inóspitos, frios e turbulentos mares do Pacífico Sul.

Sugerir correcção
Comentar