Escolas e professores apanhados a promover viagens de finalistas

Inspecção-Geral de Educação e Ciência detectou vários casos de escolas onde as viagens de finalistas eram promovidas nas suas instalações, por alunos e professores.

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A promoção destas viagens é proibida pelo Ministério da Educação Daniel Rocha

O relatório da Inspecção-Geral de Educação e Ciência detectou que ainda há escolas a promover viagens de finalistas nas suas instalações e professores a servir de promotores turísticos, escreve o Jornal de Notícias na edição desta quinta-feira. Os responsáveis escolares e os docentes podem incorrer em sanções disciplinares por não respeitarem a proibição do Ministério.

As escolas de Norte a Sul voltaram a ser notificadas da proibição do Ministério pela Direcção-Geral dos Estabelecimentos de Ensino. O relatório também foi enviado para a ASAE e Instituto do Consumidor para ser analisado.

Os inspectores responsáveis pelo relatório questionaram directores e presidentes de Associações de Estudantes para perceber de que forma são promovidas e negociadas as viagens de finalistas. Sem nomear qualquer caso em particular, o JN dá a conhecer as conclusões do relatório, em que se verifica que há viagens de finalistas a serem promovidas nas escolas e com docentes a assumir funções de promotores de viagens.

“O aviso do Ministério peca por ser tardio porque, nesta altura, as viagens que se vão realizar já estão todas organizadas”, diz Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, ao JN.

Nos próximos dias, durante o período das férias da Páscoa, vários milhares de estudantes (na sua maioria finalistas do 12.º ano) vão participar em viagens de finalistas. Muitos deles têm como destino unidades hoteleiras no Sul de Espanha. O preço da viagem costuma incluir o valor da viagem de autocarro, alojamento e refeições. Os maiores de 18 anos podem ainda adquirir um cartão que podem trocar por bebidas alcoólicas, ainda que haja relatos de muitos menores a consumir álcool nestas viagens.

Há vários relatos de excessos durante viagens de finalistas, alguns deles com consequências graves. Em 2017, vários alunos foram expulsos de um hotel em Benalmádena, por alegadamente terem provocado prejuízos no valor de milhares de euros. O caso está a ser julgado em tribunal. Em 2010 e 2012, dois estudantes morreram acidentalmente, ambos em Lloret  del Mar. Em 2007, na mesma localidade espanhola, uma aluna portuguesa acusou dois guias turísticos de a terem violado.

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