CR7 reencontra-se consigo próprio

Real Madrid goleia Alavés com dois golos do português, mas Barcelona não dá tréguas e esmaga o vizinho Girona por claros 6-1.

Foto
Ronaldo, ao seu estilo, festeja um dos golos da sua equipa LUSA/JUANJO MARTIN

A pouco mais de 100 dias do arranque do Mundial, Cristiano Ronaldo voltou a ser Cristiano Ronaldo. Ou seja, está de regresso a máquina goleadora que já lhe rendeu o estatuto de lenda do futebol global. Frente ao Alavés para a Liga espanhola, o português apontou este sábado mais dois golos, totalizando 12 nos últimos sete encontros, tendo apenas ficado em branco uma vez.

Com 31 partidas oficiais disputadas esta temporada ao serviço do Real Madrid, CR7 soma 28 golos e comprova que os 33 anos que festejou este mês pesam mais no papel do que nos relvados. Uma boa notícia para a selecção portuguesa orientada por Fernando Santos, que defende o estatuto de campeã europeia na Rússia no próximo Verão.

Se o madeirense teve uma primeira fase da época menos fulgurante do que nos habituou, encerrando 2017 com “apenas” 16 golos em 22 jogos, com o novo ano ressurgiu o seu implacável “killer instinct” junto às balizas adversárias. Com uma média de 0,9 golos por encontro, Ronaldo já superou os números da temporada anterior (2016-17), quando no final de Fevereiro somava 23 golos em 30 encontros.

É verdade que ainda está longe dos números médios das nove temporadas que segue ao serviço dos madridistas (chegou este sábado aos 300 golos em 285 jogos disputados nesta competição), mas continua a reduzir o fosso. Até agora, o seu melhor registo foi alcançado em 2012-13, quando tinha assinado 39 golos no final de Fevereiro em outras tantas partidas. E só por quatro ocasiões, contando com a actual, o avançado ficou abaixo de um golo ou mais por jogo nesta fase da época contabilizando todas as competições.

Na temporada de estreia com os “merengues”, em 2009-10, somava 19 em 20 encontros, numa média de 0,95; em 2010-11, seguia com 34 em 39 (0,87) e no ano passado tinha a pior média: 0,76.

E frente ao Alavés, o atacante até poderia ter assinado um hat-trick, mas acabou por ceder ao seu companheiro Benzema a marcação de uma grande penalidade, já em cima do apito final, que elevou a contagem para 4-0. Foi uma forma de moralizar o avançado francês, que tem estado muito longe do esperado em matéria de finalização.

O ressurgimento do “velho” CR7 poderá ser tardio para alterar o destino do Real Madrid na Liga interna, onde dificilmente conseguirá recuperar a enorme distância de 14 pontos que o separa do líder Barcelona. Mas está perfeitamente a tempo de ajudar a equipa a voltar a dominar na principal competição europeia, que conquistou por três vezes nas últimas quatro temporadas. Na Liga dos Campeões, Ronaldo soma 11 golos em sete jogos, dois dos quais apontados durante a última semana na recepção aos franceses do PSG (3-1), que deixou os espanhóis bem encaminhados para seguirem para os quartos-de-final da prova.

Barcelona não cede

Conquistar a Champions é também um sonho do Barcelona, que continua entretanto a carregar no acelerador no campeonato. Desta vez a vítima foi o vizinho Girona, massacrado em Camp Nou, por 6-1.

Menos de 100km a separam as cidades de Barcelona e Girona, mas os clubes mais representativos das duas localidades catalãs raríssimas vezes se encontraram em provas oficiais em Espanha. A efeméride ocorreu apenas duas vezes, a última das quais já esta temporada, a 23 de Setembro de 2017, na estreia deste derby na liga espanhola. O Barcelona venceu por claros 3-0.

Antes disso, é preciso recuar 69 anos para recordar o primeiro embate entre ambos. Uma partida para a Taça do Rei (na altura designada Taça Generalíssimo, em honra do ditador Franco) da temporada 1948-49. O resultado não deixou margem para dúvidas: 9-0 numa partida disputada no Estádio Les Corts, onde o Barça jogava antes da inauguração do Camp Nou, em 1957.

O terceiro capítulo marcou agora a estreia do Girona no majestoso palco do seu adversário e até não começou mal, com os forasteiros a adiantarem-se no marcador logo aos 3’. Cristian Portu ficará na história como o primeiro jogador da história da equipa de Girona (que subiu esta temporada pela primeira vez ao escalão principal) a marcar ao poderoso vizinho.

Os festejos duraram dois minutos, antes da “normalidade” se impor na capital catalã. Primeiro (5’), o uruguaio Luis Suárez empatou o encontro e deu o mote para o que se seguiu. Dois golos de Messi (30’ e 36’) tranquilizaram a equipa da casa, que ainda chegou aos 4-1 em cima do intervalo, com Suárez também a bisar. Na segunda parte, Philippe Coutinho (66’) e de novo Suárez (76’) avolumaram o resultado.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários