Rui Rio diz que não sonhava com a presidência, mas espera uma "liderança longa"

O novo presidente do PSD estreou-se esta segunda-feira no cargo. Em entrevista à RTP recusou comentar a escolha de Elina Fraga e acredita que é possível combater Costa.

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Miguel Manso

No primeiro dia como líder do Partido Social Democrata, Rui Rio confessou à RTP que espera manter-se no cargo "uns anos — se correr bem", com "uma liderança longa" e "à maneira do PSD". Em entrevista ao canal público, garante que não esperou anos pela presidência dos sociais-democratas e não vê razões para não estabelecer uma relação de comunicação com o socialista António Costa, com base numa relação "normal e civilizada".

Questionado sobre a pressão que sente para derrotar o actual primeiro-ministro nas próximas eleições, Rui Rio diz que apenas se sente obrigado a fazer o que estiver ao seu alcance para ganhar as eleições legislativas. Em caso de derrota, Rio entende que não significa necessariamente o seu afastamento. “Depende de muitos factores. Depende do resultado, da forma como as coisas são feitas, das alternativas que possa haver”, sintetiza.

O antigo autarca do Porto quis responder às críticas feitas às suas escolhas para a equipa, afastando a transformação do PSD num “clube de amigos de Rui Rio”. “Em 12 anos à frente de uma autarquia [do Porto], aquilo teve alguma coisa a ver com os meus amigos? Nada. É exactamente o contrário. Até porque é um acto de inteligência. Um acto de falta de inteligência é fazer uma coisa só com os amigos”, defendeu.

Rui Rio reiterou a confiança na escolha de Elina Fraga, ex-bastonária da Ordem dos Advogado, para vice-presidente do partido. Uma escolha polémica, mas Rui Rio sublinha que Elina Fraga estará disponível para “explicar a toda a gente aquilo que fez enquanto bastonária da Ordem dos Advogados”. O mandato de Elina Fraga  está a ser investigado pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa desde Novembro de 2017, depois de uma auditoria ter apontado diversos problemas à gestão nos seus mandatos. Para além disso, figuras do PSD como Paula Teixeira da Cruz, viram a escolha dela com maus olhos: a ex-ministra da Justiça do governo de Passos Coelho até classificou a decisão como uma "traição".

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