Papa alerta contra a corrupção que ataca a América Latina

Perante os políticos do Peru, Francisco classificou a "ameaça que paira" sobre o continente como um "vírus social" que "infecta tudo".

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Papa Francisco ao lado do Presidente do Peru Reuters/ALESSANDRO BIANCHI
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O Papa Francisco afirmou na sexta-feira que a corrupção é um "vírus social" que ataca os povos e as democracias da América Latina. Num dircurso feito perante a classe política do Peru, atingida por escândalos relacionados com a construtora brasileira Odebrecht, o chefe da Igreja Católica, que faz uma visita de três dias a este país, afirmou que se trata de um "vírus social", um "fenómeno que infecta tudo, sendo os pobres e a mãe Terra os mais prejudicados" pela "corrupção" que prejudica "os povos latino-americanos e as democracias deste abençoado continente".

Francisco falava no Palácio do Governo de Lima, aonde chegou após uma visita de três dias ao Chile, e perante o Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, e grande parte da classe política e dirigente do país, que assistiu à sua alocução sem se poder aproximar do Papa.

Depois de visitar Puerto Maldonado, cidade da Amazónia onde se reuniu com representantes de povos indígenas, o chefe de Estado do Vaticano garantiu que o Peru é terra de esperança, mas advertiu que "sobre essa esperança há uma sombra" e que "paira uma ameaça".

"Nunca a Humanidade teve tanto poder sobre si mesma e nada garante que o vá utilizar bem, sobretudo se se considerar o modo como o está a fazer", referiu Francisco, lamentando a forma como se está a despojar a terra dos seus recursos naturais sem os quais "não é possível nenhuma forma de vida".

O Papa declarou que para se lutar contra o "flagelo social" da corrupção é necessária uma "maior cultura de transparência entre entidades públicas, sector privado e sociedade civil", sem excluir as instituições da igreja, exortando ao empenhamento para garantir que o Peru é um país "de esperança e oportunidade para todos e não só para alguns".

O Presidente do Peru pediu a Francisco que dê ao país "um impulso para a paz e diálogo", numa alusão à crise política que afectou o seu governo desde que enfrentou uma tentativa de destituição e indultou o antigo chefe de Estado, Alberto Fujimori, que estava na prisão.

Após este acto, o Papa reuniu-se com Pedro Pablo Kuczynski e deslocou-se para a Igreja de São Pedro, localizada a pouca distância do Palácio do Governo, para se encontrar com membros da Companhia de Jesus, à qual pertence.

Neste sábado, Francisco é esperado na cidade de Trujillo, na costa Norte do país.

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