Ministério Público pede 25 anos para suspeitos de matar empresário de Braga

Crime alegadamente cometido por sete homens, que resultou na morte de um empresário de Braga, foi considerado pelo procurador um crime "cruel e violento".

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Os arguidos organizaram-se entre si e monitorizaram as rotinas da vítima Rui Gaudêncio

O Ministério Público do Porto pediu esta sexta-feira a pena máxima de 25 anos de prisão para os sete homens acusados de sequestrar e matar um empresário de Braga e dissolver o corpo em 500 litros de ácido sulfúrico.

Durante as alegações finais, que decorrem no Tribunal de São João Novo, no Porto, o procurador do Ministério Público (MP) classificou o crime como "cruel e violento" e de "uma elevadíssima ilicitude", sublinhando que "a violência" da conduta dos arguidos "é evidente": "Sequestraram a vítima com intenção de a privar da liberdade, matando-a no dia a seguir ao rapto". 

O procurador destacou ainda que os arguidos planearam a morte com "muitos meses de antecedência", o que revela "a sua personalidade desviante", e pediu ainda pena suspensa para outros dois arguidos envolvidos no processo.

De acordo com a acusação do MP, a que a Lusa teve acesso, aqueles sete arguidos "organizaram-se entre si, criando uma estrutura humana e logística, com o propósito de sequestrar um empresário de Braga, de o matar e de fazer desaparecer o seu cadáver". Com isso, pretendiam "impedir de reverter um estratagema" mediante o qual o património dos pais da vítima fora passado para uma sociedade controlada por dois dos arguidos, refere a acusação.

Na execução daquele propósito, e depois de terem monitorizado as rotinas da vítima, quatro dos arguidos dirigiram-se, a 11 de Março de 2016, a Braga, em dois carros roubados, no Porto, numa empresa de comércio de automóveis, sustenta o MP.

"Abordaram o empresário por volta das 20h30, meteram-no no interior de um dos veículos automóveis e levaram-no para um armazém em Valongo, onde o mataram por estrangulamento, acabando por dissolver o cadáver em 500 litros de ácido sulfúrico, já noutro armazém, sito em Baguim do Monte", realça a acusação.

Segundo o MP, "os crimes imputados aos arguidos são, além de extremamente graves, complexos e de difícil investigação, sendo sabido que os seus agentes procuraram dificultar e perturbar a acção policial, escondendo, destruindo e complicando as provas necessárias à descoberta da verdade, o que aconteceu de forma flagrante, em que os arguidos fizeram desaparecer o corpo da vítima".

No âmbito desta investigação, o Gabinete de Recuperação de Activos da Polícia Judiciária (PJ) arrestou e apreendeu activos no valor de aproximadamente um milhão de euros.

A investigação, segundo esta força policial, "visou identificar, localizar e apreender património financeiro e imóvel no montante de cerca de um milhão de euros que se encontrava em 24 aplicações financeiras, distribuídas por dez instituições bancárias e património imobiliário na titularidade ou domínio e benefício dos visados".

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