Emigrantes no Luxemburgo enviam camião com donativos para Pedrógão Grande

Iniciativa foi gerida por emigrantes solidários através de uma página de Facebook.

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Doação destina-se às famílias afectadas pela tragédia e aos bombeiros do Pinhal Interior LUSA/PAULO CUNHA

Um camião de 40 toneladas com medicamentos, roupa e produtos de higiene oferecidos por emigrantes no Luxemburgo deverá chegar esta quarta-feira a Pedrógão Grande, mas não foi suficiente para transportar todos os donativos recolhidos.

"Ainda temos [mais] um camião de 40 toneladas para enviar para baixo", disse à Lusa Sérgio Silva, um dos fundadores da página "Ajuda a Portugal", criada na rede social Facebook para ajudar as vítimas dos incêndios em Pedrógão Grande.

Além do camião, com destino à Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande e de Figueiró dos Vinhos, seguiram para Portugal também duas carrinhas com medicamentos e equipamento para os bombeiros.

A página foi criada a 18 de Junho, tendo-se associado um dia depois a outro grupo de solidariedade criado por portugueses no Luxemburgo. Em menos de uma semana, a página ganhou 2500 seguidores e organizou locais de recolha por todo o país.

"Foi tudo rapidíssimo. Na segunda-feira (19 de Junho) o outro grupo começou a fazer telefonemas a contactos para encontrar locais para entregar as doações, e conseguimos logo 13 sítios", contou Sérgio Silva.

Os donativos de privados, empresas farmacêuticas no Luxemburgo e bombeiros no país excederam rapidamente a capacidade de armazenamento, tendo duas empresas portuguesas cedido os armazéns para fazer a triagem, com a ajuda de três dezenas de voluntários.

O transporte também foi financiado por duas empresas portuguesas no Luxemburgo, disse Sérgio Silva, que ficou surpreendido com o sucesso da iniciativa.

"Fiquei surpreendido com a confiança das pessoas em nós. Somos privados, e eu no lugar delas não sei se confiaria. Era para ser uma iniciativa entre amigos e conhecidos, nunca pensei que as pessoas reagissem assim", disse.

Para o português de 42 anos, que chegou ao Luxemburgo com cinco, o sucesso da acção mostra a ligação dos emigrantes ao país.

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