Teolinda Gersão vence Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco

É a segunda vez que a autora de Prantos, Amores e Outros Desvarios é distinguida com este prémio atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores.

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A escritora já tinha ganho o Prémio Camilo, em 2002 Paulo Pimenta

A escritora Teolinda Gersão venceu, por unanimidade, o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco com a obra Prantos, Amores e Outros Desvarios, anunciou esta quarta-feira a Associação Portuguesa de Escritores (APE).

Teolinda Gersão é distinguida pelo "domínio total das características do conto" e pela "língua cuidada, elegante, erudita", afirma o júri citado em comunicado. "A capacidade de surpreender sucessivamente no conto seguinte, sendo que o anterior parecia ter sido, indubitavelmente, magistral", sublinhou ainda o júri a propósito dos contos reunidos naquela obra, editada pela Porto Editora.

É a segunda vez que Teolinda Gersão recebe este prémio, tendo-o conquistado pela primeira vez em 2002, com Histórias de Ver e Andar.

O Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, no valor de 7.500 euros, foi criado em 1991 pela APE, em parceria com a autarquia de Vila Nova de Famalicão, e distingue um autor português ou de um país africano de expressão portuguesa. O júri desta edição integrou Cristina Robalo Cordeiro, Raquel Camacho e Salvato Teles de Menezes.

Teolinda Gersão, 77 anos, é autora de romances, novelas e contos, tendo-se estreado em 1981 com O Silêncio, que lhe valeu o Prémio de Ficção do Pen Club.

A autora soma ainda outros prémios literários, como o Grande Prémio de Romance e Novela da APE (1995), conquistado com A Casa da Cabeça de Cavalo; o Prémio de Literatura da Fundação Inês de Castro (2008), com A Mulher que Prendeu a Chuva; e o Prémio Fernando Namora (2015), com Passagens.

Em 2016, Teolinda Gersão foi distinguida com o Prémio Literário Vergílio Ferreira, pelo conjunto da obra literária.

O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, felicitou a escritora pela conquista de novo prémio da APE. "Teolinda Gersão é, desde o início da década de 1980, uma das vozes mais sólidas da ficção narrativa contemporânea, quer no campo do romance, quer no de narrativas mais breves, em particular nos seus contos, cuja brevidade lhes aumenta o poder sugestivo", diz um comunicado do gabinete do Ministério da Cultura.

"Detentora de um estilo muito pessoal, a autora mostra-se capaz de construir personagens credíveis, intensas e ao mesmo tempo surpreendentes, quase enigmáticas, que nos interpelam pelo modo como vivem as suas vidas, em cenários sempre marcados pela força de cada atmosfera peculiar, compondo assim um caleidoscópio humano através do qual podemos observar o mundo, graças a uma especial aliança entre palavras, pensamentos e emoções", acrescenta a nota sobre a vencedora do Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2017.

 

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