Nos Açores, sê açoriano ou como Marcelo foi aos Açores falar de problemas locais

O Presidente da República comentou a desertificação da ilha da Graciosa. A população “tem de aumentar”, disse, registando “a redução quase contínua da população” com “os que vêm” a não compensarem os que saem.

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Na Graciosa, Marcelo falou com os pescadores LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Também provou do tacho a especialidade "Molho à Pescador" LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Foi recebido por duas faixas, uma a dar as boas-vindas e a outra a agradecer LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Vai mais uma colherada? LUSA/MIGUEL A. LOPES
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No dia anterior, o Presidente foi às vinhas do Pico provar o vinho LUSA/MIGUEL A. LOPES
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E anunciou que não se importava de ser embaixador do vinho do Pico LUSA/MIGUEL A. LOPES

Marcelo ouviu os pescadores de Santa Cruz da Graciosa e os pescadores agradeceram. Na verdade, foi ao contrário. Quando chegou ao porto da praia de São Mateus, onde ia reunir-se com a Associação de Pescadores Graciosenses havia duas faixas preparadas para receber o Presidente da República. Um dava-lhe as boas-vindas, na outra lia-se: "Os pescadores agradecem".

Foi depois do agradecimento antecipado que Marcelo ouviu as queixas de quem sofreu nos últimos anos as consequências das regras europeias. “A pesca sofreu muito, de facto, durante umas décadas. O número de pescadores reduziu e houve muitas dificuldades relacionadas com a pesca, a concorrência estrangeira aumentou brutalmente também”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, depois de provar, directamente do tacho, um prato confeccionado pelos pescadores de Santa Cruz Graciosa, chamado Molho à Pescador.

O Presidente foi aos Açores falar açoriano, que é como quem diz, falar dos problemas dos açorianos. A pesca “é um sector que está a merecer agora uma atenção outra vez maior, porque merece essa atenção”, notou Marcelo, referindo que Portugal é um país de mar. “País de mar envolve também a pesca, não é só o turismo do mar, não é só a economia do mar, não é só a marinha mercante, que é muito importante, a marinha de desporto, é a pesca”, sublinhou, para acrescentar que, “quando se fala na economia do mar como um todo, a pesca é económica e socialmente muito importante”.

Nem que seja "pesca" de algas, uma apanha que está a ser uma mais-valia para o rendimento dos pescadores da ilha, como explicou Lázaro Silva, o presidente da Associação de Pescadores Graciosences, com 120 associados, a Marcelo Rebelo de Sousa. As algas são exportadas para Espanha para a indústria farmacêutica e cosmética.

A Graciosa, com cerca de 60 quilómetros quadrados, é a segunda ilha mais pequena dos Açores, depois do Corvo. Segundo os últimos Censos, Santa Cruz da Graciosa, município único da ilha, tinha em 2011 cerca de 4.300 habitantes, número que o chefe de Estado considerou pouco. “Tem de aumentar”, comentou Marcelo Rebelo de Sousa ao abordar a desertificação na ilha, reconhecendo “a redução quase contínua da população” com “os que vêm para cá” a não compensarem os que saem. Nesse sentido, o chefe de Estado referiu que a produção de leite e queijo e o sector do turismo “são muito importantes” no combate à desertificação, à qual “tem de se dar a volta”. Com Lusa

 

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