Testemunhos de Londres: "Estavam a esfaquear gente. A polícia fugiu"

Londres voltou a ser alvo do terrorismo. Recolhemos o testemunho de quem assistiu aos ataques na Ponte de Londres e no Borough Market, citados pela imprensa britânica.

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A polícia está a tratar o incidente como um acto terrorista Reuters/HANNAH MCKAY

"O tipo com a faca estava a matar duas pessoas"

Borough Market é um destino popular para quiser experimentar comida de todo o mundo num mercado de rua no centro de Londres. Estaria cheio, numa noite amena de sábado. Um chef do Fish, um popular restaurante da zona, descreveu ao Guardian o momento em que homens munidos com armas brancas irromperam pelo espaço e espalharam o terror: "Vi dois [homens] com facas grandes lá em baixo à porta do Roast. Estavam a esfaquear gente. A polícia fugiu, eram agentes da polícia comunitária. Eram agentes normal, estavam a fugir. O tipo com a faca estava a matar duas pessoas. Nós estávamos a gritar 'pára, pára', e as pessoas estavam a atirar cadeiras contra eles. A polícia chegou e disparou de imediato".

“Muita gente a gritar”

Na Rua de Liverpool, a cerca de um quilómetro da Ponte de Londres, duas pessoas recebiam tratamento: uma com um ferimento na cabeça e uma mulher numa cadeira de rodas. Um homem de 25 anos presente no local relatou ao Guardian aquilo a que assistiu. Estava a conduzir na ponte quando viu um homem e uma mulher grávida, ambos inconscientes, deitados na estrada. Esteve no local uns cinco minutos até chegarem os serviços de emergência. “Pensámos que fosse um acidente de viação mas assim que nos aproximámos reparámos que havia demasiado sangue e corpos. À nossa direita, havia uma mulher grávida que estava ferida com gravidade e à esquerda um homem que estava a ser reanimado e conseguiu voltar a respirar. Não sabemos se a mulher sobreviveu. Tivemos de sair do carro e havia muita gente a gritar. Depois, chegaram as ambulâncias. Foi uma situação traumatizante”, disse.

“Havia pessoas deitadas no chão”

Olivia Doyle, de 23 anos, estava a passar na Ponte de Londres com três membros da famíla quando começaram a ouvir sirenes. E contou o que viu ao jornal britânico Guardian: “Chegámos e vimos os paramédicos a correr para tratar as pessoas feridas. Havia pessoas deitadas no chão e havia bocados daquilo que parecia ser destroços de uma viatura. Vi quatro ou cinco pessoas deitadas no chão, mas todas as que vi estavam vivas. Parecia que um veículo tinha atropelado algumas pessoas. Estavam a dois ou três minutos a pé de distância portanto não era, obviamente, um acidente. Vi polícia armada a gritar às pessoas para que ficassem nos seus carros e peões a passar por nós a correr. Saímos do carro e começámos a correr, depois apercebemo-nos de que estaríamos mais seguros no carro e que poderíamos estar a bloquear a estrada”.

“Ouvimos tiros e fugimos”

Ben e Natalie estavam na zona exterior do Borough Market quando deram conta do incidente. “Vimos pessoas a correr e depois vi um homem vestido de vermelho com uma faca grande, com quase 25 centímetros, a esfaquear um homem umas três vezes”, disse Ben à BBC Radio 5. “Parecia que o homem estava a tentar intervir mas não havia muito que pudesse fazer. Estava a ser esfaqueado de uma maneira fria e acabou por cair ao chão”. A seguir, conta Ben, o homem caminhou com outra pessoa em direcção ao bar Southwark Tavern e houve quem lhe atirasse uma cadeira. “Depois ouvimos tiros, sem dúvida que eram tiros, e fugimos”.

“Um homem tinha sido esfaqueado e estava a sangrar bastante”

Jamie, uma testemunha que estava perto da Ponte de Londres relatou o que viu à Press Association: “Estávamos no restaurante Black and Blue e ouvimos uma luta e toda a gente se levantou para sair do restaurante e depois ouvimos um estrondo enorme. Escondemo-nos debaixo da mesa e algumas pessoas entraram dentro do restaurante e puseram coisas ao chão. Depois fugimos para a cozinha do restaurante, onde estava muita gente e um homem que tinha sido esfaqueado e que estava a sangrar bastante”. Jamie acrescenta que ficaram algum tempo à espera na cozinha até serem retirados do local.

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