A mudança climática colocou cerca de 12 milhões de colombianos em risco devido a desastres naturais como inundações e deslizamentos de terra, que poderiam matar centenas e causar sérios danos, alertou Luis Gilberto Murillo, ministro do Ambiente, esta terça-feira numa entrevista à Reuters.

As recentes e intensas chuvas ameaçaram residentes em dezenas de cidades, especialmente em bairros de lata construidos em declives desmatados das montanhas dos Andes. Avalanches mortais e inundações nas cidades de Mocoa e Manizales mataram mais de 330 pessoas neste mês.

As cidades de risco no país andino, que tem uma população de 49 milhões, estão tipicamente localizadas ao longo dos rios ou em áreas montanhosas, explicou o governante, acrescentando que existe um esforço de prevenção destes desastres, que passa pela construção de muros para segurar os deslizamentos de terra.

"A Colômbia é muito vulnerável a fenómenos de extrema variabilidade climática e mudanças climáticas", disse Murillo, acrescentando que cerca de 500 municípios estão constantemente em alerta médio ou alto para riscos de inundações e deslizamentos de terra.

"Precisamos de avançar em direcção a uma cultura de prevenção e resposta a alertas: cerca de 12 milhões de pessoas estão em condições de alto risco", acrescentou o ministro.

O desmatamento de áreas montanhosas e selvagens na Colômbia aumenta significativamente o risco de desastres como deslizamentos de terra. A Colômbia reduziu o desmatamento anual para 124 mil hectares de 282 mil hectares em 2010 e espera atingir o nível abaixo de 100 mil hectares no próximo ano, informou Murillo.

Alguns desmatamentos são feitos ??por fazendeiros que procuram expandir a terra arável. A extração ilegal de madeira, a mineração de ouro eo cultivo de coca, ingrediente básico da cocaína, também contribuem para a desmatação. "Se não tomarmos medidas urgentes e extremas para implementar políticas de prevenção contra ameaças climáticas, poderemos enfrentar a possibilidade de que alguns desses eventos aconteçam novamente", disse o governnate, referindo-se aos desastres em Mocoa e Manizales.