Ataque químico foi "100% fabricado", diz Assad

Ataque aéreo americano junto a Raqqa matou, por engano, 18 combatentes curdos e árabes aliados de Washington na guerra ao terrorismo na Síria.

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Reuters/Sana Sana

O Presidente sírio, Bashar al-Assad, disse, em entrevista à agência AFP, que o ataque químico de Khan Sheikhoun foi "100% fabricado". Exigiu uma investigação imparcial.

Na primeira reacção ao ataque da última terça-feira que matou 87 pessoas e feriu centenas, Assad sublinhou que o seu país não tem armas químicas. Os EUA e os seus aliados ocidentais atribuíram a autoria do ataque ao regime sírio.

Assad argumenta na entrevista que o ataque químico foi apenas um "pretexto" para o ataque ordenado dois dias depois pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra uma base militar síria. O líder norte-americano justificou o ataque com 59 mísseis Tomahawk com o ataque com armas químicas e disse que este tinha  provocado uma mudança "drástica" da sua atitude em relação à Síria.

"Não houve nenhuma ordem para efectuar o ataque, não temos armas químicas. Entregámos o nosso arsenal [químico] há três anos. Mesmo que tivéssemos, não as utilizaríamos. Nunca na nossa história utilizámos o nosso arsenal químico", afirmou o Presidente da Síria, país devastado por seis anos de guerra. 

"A nossa opinião é que o Ocidente, nomeadamente os EUA, são cúmplices dos terroristas e montaram toda esta história para servir de pretexto para o ataque", vincou o líder sírio.

Momentos depois de serem conhecidas as declarações de Assad, a primeira-ministra britânica, Theresa May, insistiu na "elevada probabilidade" de ter sido o Governo sírio a liderar o ataque com gás sarin.

Também esta quinta-feira, o Pentágono divulgou que um ataque aéreo liderado pelos EUA na cidade síria de Tabqa matou, por engano, 18 membros de uma milícia curda e árabe (aliados na guerra contra o terrorismo e o Daesh).

O ataque foi realizado na terça-feira e o erro foi cometido porque outro aliado informou erradamente o comando de qu enas posiçõe sbombardeados estavam combatentes islamistas. "O alvo era uma zona perto das Forças Democráticas da Síria", informou o Pentágono, sublinhando que este erro foi cometido num contexto de guerra muito complexo.

As Forças Democráticas da Síria combatem junto à cidade de Raqqa, a base de operações do Daesh na Síria. A milícia atingida aproximara-se das posições do Daesh na zona de Tabqa, uma área de intensos combates a 40km de Raqqa.

 

 

 

 

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