CDS diz que plano de segurança do aeroporto terá de ser “actualizado”

Audição da ministra da Administração Interna sobre fuga de argelinos decorreu à porta fechada.

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Daniel Rocha

O deputado centrista Telmo Correia considera que o plano de segurança do aeroporto, para uma situação de emergência, como uma ameaça terrorista, “terá de ser actualizado e monitorizado”.

Telmo Correia falava aos jornalistas à margem de uma audição da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, pedida pelo CDS, sobre os casos recentes de fuga de argelinos no aeroporto, e que decorreu à porta fechada, a pedido da governante.

O deputado não quis revelar em detalhe os esclarecimentos dados pela ministra, nem quis dizer preto no branco que a governante assumiu falhas de segurança no aeroporto da capital. “Foi de alguma forma reconhecido — uma preocupação nossa — que existem carências seja em número de efectivos, seja em bases de dados”, afirmou nesta terça-feira, referindo que num levantamento que foi feito se concluiu que podem existir “falhas” como “portas que não funcionam como deve ser” e na identificação de pessoas.

O deputado adiantou ainda que o Governo “estará a preparar legislação específica” nesta área e que há “medidas que podem não ser fáceis” de aplicar. A audição parlamentar decorreu à porta fechada, mas Telmo Correia considerou que poderia ter sido pública, embora não se tenha oposto ao pedido da ministra.

Esta foi a segunda vez que Constança Urbano de Sousa foi ouvida no Parlamento sobre a segurança no aeroporto de Lisboa.

Em Julho, quatro argelinos introduziram-se na pista do aeroporto de Lisboa, para escaparem ao controlo fronteiriço. Em Setembro, um cidadão de nacionalidade argelina que fazia a viagem entre a Argélia e Casablanca saiu ilegalmente do aeroporto de Lisboa. E em Outubro o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e a PSP impediram a fuga de três passageiros que viajavam num voo oriundo também de Casablanca e com destino a Argel, com escala em Lisboa. Já em Janeiro último, dois homens fugiram do aeroporto, tendo sido mais tarde detidos e depois enviados coercivamente para a Argélia.

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, constituiu um grupo de trabalho — no qual estão representados a Polícia Judiciária, a PSP, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e ainda os serviços secretos — para resolver os problemas de vulnerabilidade do aeroporto. O gabinete de imprensa da governante assegurava há dias que, apesar de o grupo não ter ainda terminado a sua missão, já foram tomadas algumas medidas de reforço de segurança, recusando-se a adiantar quais.

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