Menezes regressa para combater gestão de Eduardo Vítor em Gaia

Ex-presidente da câmara social-democrata acusa o sucessor socialista de tentar “denegrir” a sua imagem. Até às autárquicas, promete apresentar diariamente duas obras lançadas por si “que mudaram Gaia”.

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Luís Filipe Menezes presidiu à Câmara de Gaia durante 16 anos. O PSD ainda não decidiu quem será este ano o seu candidato ADRIANO MIRANDA

Com o PSD indeciso em relação ao candidato à Câmara de Gaia nas eleições locais deste ano, o ex-presidente da autarquia Luís Filipe Menezes vai ocupando espaço e aproveita as redes sociais para mostrar que está atento ao que se passa no município que liderou durante 16 anos.

Após três anos de silêncio, Luís Filipe Menezes desejou aos gaienses, através da sua página no Facebook, um bom ano a todos e aproveitou para condenar a campanha que acusa o seu sucessor, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues, de ter feito contra si. “Durante mais de três anos, o meu sucessor em Gaia só teve um programa: denegrir o meu passado de gestão da autarquia, município que encontrei como uma aldeia desleixada e deixei como uma cidade com enorme potencial”, escreve Menezes na sua página.

“A sua obsessão é comparar serenidade, passivo e postura. Sobre tudo isso terá uma resposta na hora própria. Por agora, como contributo para o combate que alguém levará a cabo contra o equívoco suburbano que ocupa a presidência de Gaia sem saber ler nem escrever, aqui fica o meu contributo diário até ao dia das eleições de 2017. Chamar-se-á ‘As 500 obras que mudaram Gaia’”, revela.

O ex-autarca do PSD acrescenta: ”Começo no último dia deste ano [2016] como preito de homenagem aos gaienses, pois foram eles que contribuíram para essa obra ao darem-me a confiança de quatro maiorias. Foram 16 anos felizes que agradeço desta forma singela”.

O PÚBLICO tentou falar com Luis Filipe Menezes para perceber porque é que, a dez meses das eleições autárquicas, decidiu responder à campanha de que considerava estar há muito a ser alvo, mas o ex-autarca não esteve disponível. No Facebook escreveu que os ataques que lhe dirigiram já tiveram uma consequência política: "Já houve quem antecipasse a minha candidatura a Gaia. Reitero o que já afirmei: não acontecerá. Mas tal não significa que não milite na denúncia do ilusionista medíocre que ainda lidera Gaia”.

O vereador e ex-líder da concelhia do PSD de Gaia, Firmino Pereira, aplaude a decisão de Menezes, com quem diz continuar a falar com “alguma frequência”. “Sinto que está naquela fase de indecisão. Ao que sei, ninguém falou ele e, portanto, a impressão com que fico é que não há vontade de o candidatar a Gaia”, afirmou.

O vereador do PSD entende que “Menezes tem condições para derrotar o actual presidente. É um risco que tem de se correr”. "A única forma de refutar muitas das mentiras que têm sido ditas e que foram escritas sobre Menezes é o confronto com Eduardo Vitor Rodrigues”, declara.

O nome apontado para liderar a candidatura do PSD a Gaia era o do líder da concelhia, Cancela Moura. Sucede que na última reunião das estruturas concelhias, organizada pela distrital, Cancela Moura surpreendeu tudo e todos ao dizer que não seria candidato à câmara. Mas a surpresa foi ainda maior quando revelou que o candidato do partido a Gaia seria alguém que integra a comissão política nacional do PSD.

Confrontado pelo PÚBLICO, Cancela Moura recusou falar sobre as declarações que fez à porta fechada, remetendo para a próxima segunda-feira uma resposta sobre esta matéria. Para esse dia, está marcado um plenário de militantes para discutir o perfil do candidato à Câmara de Gaia.

“As obras que mudaram Gaia”

Dizendo-se cansado de ver a sua imagem denegrida, Luís Filipe Menezes decidiu puxar pelos galões e sair em defesa da obra que realizou. Assim, desde o último dia de 2016, começaram a ser exibidas na sua página do Facebook "As obras que mudaram Gaia”, ilustradas com fotografias.

Até agora, foram estas as obras publicadas: pavilhão municipal Prof. Miranda de Carvalho, em Vilar de Andorinho (1,350 milhões de euros); piscina municipal, de Vila d´Este (1,9 milhões); complexo desportivo Rei Ramiro, no Candal (3,5 milhões); estádio do parque da Cidade e Avenida João Pinto (6 milhões); cineteatro Brasão, em Valadares (1,9 milhões) e casa do presidente (2 milhões).

Diz Menezes que esta rúbrica pretende “refrescar a memória colectiva e ajudar quem se oponha à liderança suburbana aparolada actual”.

Até às 20h desta terça-feira não tinha sido publicada mais nenhuma obra.

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