“Dragão” intermitente versus muralha inexpugnável em Copenhaga

Nuno Espírito Santo garante que só a vitória preenche a ambição de um FC Porto que precisa apenas de ?se encontrar com o golo.

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JONATHAN NACKSTRAND/AFP

Nuno Espírito Santo só admite um resultado no jogo de Copenhaga, onde o FC Porto pretende carimbar já esta noite a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, precisando de quebrar uma série de 37 jogos sem derrotas da muralha inexpugnável de Stale Solbakken no Parken Stadium, única forma de deixar os dinamarqueses fora da discussão.

“Três pontos fecham as contas!”, sentenciou o técnico, respondendo de forma serena à declaração do norueguês Solbakken, para quem um empate sem golos seria um resultado que a equipa dinamarquesa não enjeitaria, desde que o Leicester não vença o Club Brugge, mantendo assim tudo em aberto até ao último minuto da última jornada.

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O empate consentido (1-1) no Dragão, na primeira jornada do Grupo G, terá agora de ser forçosamente corrigido pela formação portista, ainda que num contexto de dor, dominado pela eliminação precoce na Taça de Portugal, desfecho que o treinador português lamentou, aproveitando para prometer uma “alegria” aos portistas, emocionalmente abalados pela inconsistência da equipa, em especial no plano da eficácia ofensiva.

“É um jogo importante, que estamos preparados para vencer. Temos consciência de que a época não tem sido regular. Não temos conseguido os resultados que pretendemos. O jogo de Chaves foi um passo atrás, uma desilusão para todos e queremos dar uma alegria aos sócios. Queremos ganhar por eles e por nós. É importante estar nos ‘oitavos’. E estes jogadores merecem passar à próxima fase.”

Nuno Espírito Santo reconhece que o Copenhaga “é uma boa equipa, com um modelo muito bem definido e um registo assinalável de jogos sem derrotas em casa”. “Sei que têm baixas importantes no ataque. Vamos ver como vão jogar. Nós estamos focados e motivados”, retorquiu.

O treinador portista garante apresentar “uma ideia definida de jogo”, com um “dragão” “dominador e controlador”, aproveitando o “equilíbrio defensivo” para dar sentido à “produção a que tem faltado apenas o momento de definição e eficácia”, referiu, dominando o sentimento de revolta que poderia afectar o discernimento da equipa, “cegando” o “dragão” numa altura em que é fundamental uma abordagem incisiva para contrariar as intenções dos dinamarqueses.

Stale Solbakken pode falar em empate e manter o sangue-frio necessário para esperar pela última jornada, mas o bluff é óbvio quando diz que “não há muito para pensar”. “Temos de jogar com mais velocidade e com combinações junto à área do FC Porto”, aponta.

Estratégia para a qual os portistas estão avisados, independentemente da juventude do plantel, factor sublinhado pelo técnico portista e pelo espanhol Óliver Torres, que se sentou ao lado de Nuno Espírito Santo na conferência de imprensa para garantir “um grande jogo”, mostrando-se disposto a “morrer em campo” e a “morder” o adversário. Uma forma de expressar toda a “ambição e determinação” com que “este grupo jovem, unido e em crescimento” entrará em campo.

Mentalizado para arrumar as contas neste embate de Copenhaga, para além do internacional sub-21 espanhol, Nuno Espírito Santo conta com os internacionais mexicanos Herrera e Corona, deixando Miguel Layún, Ruben Neves (ambos por lesão) e Brahimi fora da convocatória.

A ausência do internacional argelino — que em Chaves , onde não esteve Corona, nem sequer chegou a sair do banco de suplentes — não mereceu do técnico um comentário totalmente esclarecedor, limitando-se a enumerar os futebolistas que também ficaram no Porto. “São opções que temos de tomar depois de interpretar o momento de cada jogador. Temos um plantel recheado e todos querem participar”, concluiu, sem descartar a hipótese de chamar Brahimi para o encontro com o Belenenses, no sábado, no Restelo.

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