Câmara do Porto decreta três dia de luto pela morte de Miguel Veiga

“Portugal e o PSD ficaram mais pobres, perderam um homem bom, detentor de um intelecto brilhante e de uma cultura ímpar”, diz distrital social-democrata

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Três dias de luto foram decretados pela Câmara do Porto Nelson Garrido

A Câmara do Porto decretou três dias de luto municipal pela morte de Miguel Veiga, considerando “uma personalidade incontornável na advocacia e na política em Portugal”.

"Miguel Luís Kolback da Veiga era visto como homem de acção e de pensamento, vivia no Porto e defendia com orgulho e aguerrido a sua origem portuense. Fez parte de um núcleo restrito de fundadores do PPD, hoje PSD, colaborando na concepção das suas bases programáticas, partido onde ocupou os cargos mais relevantes e pelo qual foi deputado da Assembleia Constituinte", refere a autarquia na sua página na Internet.

Miguel Veiga, "além de um notável percurso profissional no exercício da advocacia forense e de consultadoria", era também presidente da Comissão de Toponímia do Porto.

A Câmara do Porto considera ainda que "a sua actividade política aproxima-o de valores democráticos, sendo um obreiro dos principais movimentos que têm gerido a cidade do Porto. Arauto da liberdade e independência, Miguel Veiga definia-se também como um buscador e um obstinado errante e um avesso confesso do populismo, com uma racionalidade e coragem invulgares".

Em 2015, a Câmara do Porto distinguiu com a Medalha de Honra da Cidade, a mais alta distinção municipal, que recebeu das mãos do presidente, Rui Moreira, de quem era amigo.

Miguel Veiga apoiou de uma forma empenhada a candidatura do independente Rui Moreira contra o candidato oficial do PSD à Câmara do Porto, Luís Filipe Menezes.

Outras reacções

 O social-democrata Rui Rio destacou Miguel Veiga, o fundador do PSD que morreu hoje, como um “amigo” com um “caráter e coerência fantásticos”, “fidelidade de valores” e um “estatuto intelectual superior”.

“Tinha um pensamento muito estruturado e uma enorme fidelidade aos seus próprios valores. Era a antítese do oportunismo e da hipocrisia. Para mim é insubstituível”, afirmou Rui Rio, em declarações à Lusa.

A distrital do Porto do PSD reagiu ao desaprecimento de Miguel Veiga. “O PSD perdeu um dos seus melhores quadros, um político de referência e um livre pensador da causa pública e política", escreve a distrital do Porto do Partido Social Democrata, em comunicado.

“O dr. Miguel Veiga foi um dos maiores e melhores defensores do país, em especial do Norte, e da sua eterna cidade, o Porto [cidade onde nasceu e onde queria morrer]. Foi um brilhante advogado, com escritório na cidade portuense, formado pela academia de Coimbra”, acrescenta o comunicado, referindo que o advogado portuense “foi também um excelente político, tendo feito parte das primeiras comissões políticas nacionais do PPD/PSD. Foi um ilustre parlamentar na Assembleia da República, tendo, durante toda a sua vida, defendido os valores da democracia, da liberdade das pessoas e do pensamento”.

“Portugal e o PSD ficaram mais pobres, perderam um homem bom, detentor de um intelecto brilhante e de uma cultura ímpar, um homem recto e justo, um homem de causas e um homem dedicado ao seu trabalho”, sublinha a distrital.

Eduardo Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República, também expressou pesar pela morte de Miguel Veiga. "Recordo o homem do Porto, cidade que tanto amava; o advogado e homem das letras; o cidadão fiel aos valores republicanos e democráticos que defendia com desassombro no espaço público. Já tive oportunidade de endereçar à sua família e ao seu partido os meus votos de mais sentido pesar", disse.

 

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