Pedro Dias transferido para cadeia de alta segurança de Monsanto

Não foram divulgados motivos da saída de suspeito dos crimes da Aguiar da Beira da prisão da Guarda.

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Pedro Dias à chegada ao tribunal da Guarda Sergio Azenha

O suspeito dos crimes de Aguiar da Beira, Pedro Dias, foi transferido nesta sexta-feira do estabelecimento prisional da Guarda, onde se encontrava preso preventivamente, para a cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa.

Não foram divulgadas as razões da transferência, mas para Monsanto vão habitualmente reclusos que se portam mal noutras cadeias e susceptíveis de provocarem instabilidade no sistema prisional – por fomentarem motins ou desordens ou por tentarem evadir-se, por exemplo. As suspeitas de homicídio que impendem sobre Pedro Dias não seriam, à partida, critério suficiente para ser enviado para Monsanto, prisão onde chegou já de noite.

As regras de alta segurança de Monsanto fazem com que cada recluso tenha direito a uma cela individual – o que não sucede na maioria dos outros estabelecimentos prisionais –, sendo revistado cada vez que entra ou sai dela. Porém, os seus movimentos dentro da cadeia são mais restringidos do que nas restantes prisões: no recreio, que podem frequentar duas horas por dia, como sucede no resto do país, só são autorizados três homens de cada vez, número que sobe para seis no caso da biblioteca do recinto. Quando recebem visitas, os reclusos só podem contactar com elas através de um vidro.   

Suspeito de dois homicídios de três tentativas de assassinato, Pedro Dias viu ser-lhe aplicada a medida de coacção máxima por um juiz por causa do perigo de fuga, de continuação da actividade criminosa, do alarme social suscitado pelo caso e ainda por causa do risco de poder perturbar o desenrolar da investigação que as autoridades estão e levar a cabo sobre este caso.

Por poucos dias, já não irá conhecer o único recluso a cumprir pena em Portugal por terrorismo: o etarra Andoni Fernandez, que tinha guardados num armazém perto de Óbidos 1500 quilos de explosivos. Mas Andoni já se foi embora de Monsanto. Quem aqui ainda permanecem são o luso-brasileiro Marcus Fernandes, sentenciado a 25 anos pelo homicídio de dois agentes da PSP da Amadora, e o burlão luso-americano Allan Sharif, que ganhou fama por assaltar bancos nos EUA a partir de casa, em Fornos de Algodres, fazendo-se passar por informático ou ameaçando fazer explodir bombas. Preso em 2008 em Portugal, foi condenado a 17 anos por burla e extorsão e, mais tarde, a dez anos por rapto de um empresário.

Tal como sucede nas cadeias do resto do país, Pedro Dias terá direito a fazer dois telefonemas por dia com a duração de cinco minutos cada um, um dos quais para o seu advogado.
 

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