Marisa Matias quer maioria de esquerda a combater parceiras público-privadas na saúde

Eurodeputada bloquista diz que entendimento à esquerda acabou com o argumento do voto útil.

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Miguel Manso

A dirigente e eurodeputada bloquista Marisa Matias defendeu neste sábado que a falta de combate à precariedade e às parcerias público-privadas na Saúde são duas das maiores fragilidades da actual solução governativa apoiada numa maioria de esquerda.

Marisa Matias falava num debate promovido pela associação Fórum Manifesto, de Ana Drago, em que participou igualmente o dirigente socialista e secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, sobre "o ponto de situação da geringonça", no auditório da Pousada da Juventude do Parque das Nações, em Lisboa.

A eurodeputada bloquista considerou que "a principal conquista foi conseguir começar a quebrar o ciclo de empobrecimento": "Isso traduziu-se na possibilidade de aumento do salário mínimo, mas também outras medidas relacionadas com a sobretaxa, com a contribuição de solidariedade ou com as privatizações".

Do lado das fragilidades, Marisa Matias apontou que "a geringonça praticamente ainda não tocou em matéria de direitos laborais na precariedade que grassa no país em todos os sectores de actividade".

"O Serviço Nacional de Saúde é das maiores conquistas da democracia em Portugal e no que diz respeito à intervenção da geringonça não se pode passar ao lado dessa que é uma das maiores conquistas e que é do maior património da democracia em Portugal", afirmou também.

"Não foi feito nada, por exemplo, para pôr em causa as parcerias público-privadas, que minam o Serviço Nacional de Saúde e que retiram recursos fundamentais para investir na área pública do SNS", acrescentou. Por outro lado, "a cultura continua a ser uma não-existência", de acordo com Marisa Matias, não só porque "continua subfinanciada mas porque não há uma aposta".

Marisa Matias sublinhou o "papel" de António Costa, "que foi muito relevante" no alargamento de BE, PCP e PEV aos partidos do "arco da governação" na construção da actual solução governativa do Governo apoiado pela maioria de esquerda no Parlamento, a que Vasco Pulido Valente chamou numa crónica no PÚBLICO uma “geringonça”.

"A utilidade da morte do voto útil" foi outra das virtudes da actual solução governativa, segundo Marisa Matias, considerando que a partir da solução construída para sustentar o Governo "será muito difícil sustentar o mesmo argumentário do voto útil".

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