Governo contra suspensão de fundos em carta aos eurodeputados

O ministro das Finanças Mário Centeno enviou uma missiva aos eurodeputados das comissões que mediam o diálogo entre o Parlamento Europeu e a Comissão Europeia, argumentando contra o congelamento de fundos para Portugal.

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Miguel Manso

O Governo escreveu aos eurodeputados das comissões parlamentares envolvidas no diálogo estruturado entre o Parlamento Europeu (PE) e a Comissão Europeia (CE) chamando-lhes a atenção para o impacto de uma suspensão de fundos estruturais, foi hoje anunciado em Bruxelas.

“Houve uma carta do ministro das Finanças [Mário Centeno] a todos os deputados europeus da comissão Regi [Desenvolvimento Regional] e da Econ [Assuntos Económicos e Monetários], em que este explica os argumentos que encontra para considerar que a suspensão dos fundos seria injustificada e contraproducente”, afirmou, em Bruxelas, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques.

Ainda no âmbito do chamado diálogo estruturado entre o PE e a CE – que tem carácter consultivo – a secretária de Estado salientou que o Governo está disponível para prestar esclarecimentos aos eurodeputados se o PE assim o entender. “Estamos sempre abertos a dialogar com o Parlamento e a responder a todas as questões que este considere oportunas. Por alguma razão esta fase se chama "diálogo estruturado", é porque se pretende recolher toda a informação necessária para uma orientação ou decisão”, salientou.

A carta, adiantou, foi enviada na semana passada a todos os eurodeputados das comissões envolvidas no diálogo estruturado, antecedendo a reunião Econ e Regi, do Parlamento Europeu. Fonte parlamentar disse à Lusa que a carta em questão ainda não foi distribuída aos eurodeputados que integram as comissões.

No quadro do processo de sanções lançado contra os dois Estados-membros no âmbito do Procedimento por Défice Excessivo, a CE acabou por recomendar, a 27 de Julho passado, a suspensão de multas a Portugal e Espanha – decisão confirmada a 8 Agosto pelo Conselho Ecofin (ministros das Finanças dos 28) –, mas segue o processo de congelamento parcial de fundos, incontornável por ser automático.

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