Jogos Paralímpicos, a segunda prova

Depois dos Jogos Olímpicos, os Paralímpicos. Uma segunda prova brasileira que esteve em risco.

Nas comparações feitas entre os Jogos Olímpicos de Londres (2012) e os do Rio de Janeiro, que chegaram nalguns casos à caricatura, os brasileiros acabaram por mostrar-se à altura do desafio. Só que o investimento feito, enorme, acabou por quase "secar" as verbas que seriam investidas nos Jogos Paralímpicos, aqueles onde atletas com deficiências físicas mas com invulgares capacidades de superação e competição mostram o seu valor. Foi assim que a 15.ª edição dos Jogos Paralímpicos chegou a estar em risco, apesar desta situação paradoxal: Londres tinha realizado há quatro anos, com êxito, aqueles que foram considerados os melhores Jogos Paralímpicos da história, em termos de participação (de atletas e de público, com muitos recintos esgotados) e de níveis de exigência. Logo, os jogos seguintes (os do Brasil) deveriam tentar superar a fasquia e ir mais além. Mas as falhas no investimento, reforçado nos Olímpicos em detrimento dos Paralímpicos, fez com que estivesse no horizonte uma hipótese de cancelamento. Que, felizmente, não ocorreu.

"Seria uma vergonha para o Brasil, para o desporto paralímpico e para as pessoas com deficiência, a Paralimpíada não se realizar", disse Eduardo Paes, presidente da Câmara do Rio de Janeiro. Mas admitiu também que o investimento será bem menor: "Os cortes que tivermos de fazer nos Jogos Paralímpicos para manter o orçamento equilibrado, vamos fazê-los sem sacrificar a qualidade da experiência paralímpica e sem que nada se reflicta nos atletas e na qualidade da recepção que lhes daremos". E os cortes são vários, a começar pelo número de voluntários (15 mil, em lugar dos 40 mil dos Olímpicos, quando neste caso as necessidades de acompanhamento são maiores) e um número muito baixo nos bilhetes vendidos até agora.

Em 4350 atletas, Portugal terá 37. E quer, pelo menos, igualar a prestação em Londres (três medalhas). A prova, para todos eles, começa agora. O Brasil apenas prolonga a sua.

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