Polícia brasileira apreende passaportes de membros do Comité Olímpico Irlandês

Em causa está um esquema ilícito de venda de bilhetes para os Jogos Olímpicos. O presidente do comité irlandês já tinha sido detido.

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Patrick Hickey, responsável olímpico irlandês, é suspeito de fazer negócio com os bilhetes cedidos ao comité do seu país Tasso Marcelo/AFP

A polícia brasileira fez este sábado buscas nas instalações do Comité Olímpico Irlandês (OCI) no Rio de Janeiro, no último dia dos Jogos do Rio 2016, e apreendeu telemóveis, computadores portáteis e passaportes. A informação foi dada pelo próprio Comité, acrescentando que "nenhuma detenção foi feita", mas que a polícia apreendeu "passaportes, bem como telemóveis e portáteis" de vários membros do OCI (sigla em inglês).

O organismo diz ainda que alguns membros do seu Comité foram convocados para se "apresentarem na terça-feira na polícia, para serem ouvidos".

Em causa está uma investigação a uma rede de venda ilegal de bilhetes no Rio 2016 e que levou à detenção de Patrick Hickey, presidente do Comité Olímpico Irlandês e membro do COI (Comité Olímpico Internacional), no Rio de Janeiro. 

Hickey, de 71 anos, foi detido na quarta-feira no hotel onde se encontrava e sentiu-se mal, tendo sido conduzido ao hospital, já depois da juíza encarregada do caso ter decretado a prisão preventiva. O dirigente foi entretanto transferido para uma prisão em Bangú.

O responsável, que que é também presidente da Associação dos Comités Olímpicos Europeus, renunciou temporariamente a todos os cargos no movimento olímpico, incluindo o do COI e da presidência do Comité Irlandês.

Segundo a investigação, o Comité Olímpico da Irlanda contratou a empresa Pro 10 para vender os bilhetes no Brasil, mas os mesmos foram transferidos para a THG, cujo director, Kevin James Mallon, foi detido no início de Agosto.

A polícia apreendeu ainda cerca de 1.000 bilhetes e, segundo a polícia, os ingressos eram vendidos a preços cinco vezes acima do valor normal.
O principal negócio incidiu na venda para a cerimónia de abertura, onde chegaram a pedir 8.000 dólares (cerca de 7.000 euros) por bilhete, e de encerramento, que planeavam vender a 15.000 dólares (cerca de 13.000 euros).

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