Filme que retrata exploração de emigrantes da Mongólia vence festival em Melgaço

Behemoth, de Zhao Liang, mostra "as condições de trabalho sub-humanas dos emigrantes da Mongólia para alimentar a moderna e agressiva economia da China". A Toca do Lobo, de Catarina Mourão, também foi premiado.

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Behemoth, de Zhao Liang DR

O filme Behemoth, de Zhao Liang, que retrata a exploração de emigrantes da Mongólia, venceu a segunda edição do Prémio Jean Loup Passek do Festival de Documentário de Melgaço, na categoria de melhor longa-metragem internacional.

Esta segunda-feira, em comunicado, a organização adiantou que o júri justificou o prémio destacando "a relevância do tema e o registo estético e ético, com a apresentação de uma problemática social assente em relevantes qualidades formais das imagens, sons e montagem".

A longa-metragem de Zhao Liang, que em Dezembro arrecadou o Grande Prémio Porto/Post/Doc, descreve "as condições de trabalho sub-humanas dos emigrantes da Mongólia para alimentar a moderna e agressiva economia da China".

Segundo a organização do evento, o júri, composto por Manuela Penafria, Margarida Cardoso, Renato Athias, Tiago Afonso e Xurxo Chirro, considerou que "o filme coloca a arte numa relação directa não apenas com a vida tal qual ela é mas, sobretudo, com a sua transformação a partir de valores que dignificam o ser humano".

Já na categoria de curta ou média-metragem, o filme a vencer o prémio internacional foi Women in Sink (Reino Unido/Israel), de Iris Zaki. O júri "destacou a originalidade do dispositivo fílmico que permitiu à realizadora uma narrativa envolvente e risível, à medida que nos revela um mundo em conflito".

O prémio de melhor documentário português foi atribuído a A Toca do Lobo, de Catarina Mourão, por revelar "um universo pessoal e íntimo, através de uma abordagem cinemática e poética, ao mesmo tempo que apresenta uma reflexão profunda sobre tempo e memória".

O prémio para a melhor longa-metragem internacional é de três mil euros, para as médias e curtas-metragens internacionais de 1500 euros e melhor documentário português recebeu um prémio de mil euros.

A terceira edição do Festival Internacional de Documentário Filmes do Homem encerrou, no domingo, com a projecção ao ar livre de Volta à Terra, de João Pedro Plácido. Durante seis dias do evento foram projectados quase quatro dezenas de filmes, 27 dos quais no âmbito do prémio Jean Loup Passek, com a presença de 19 realizadores oriundos da Austrália, Israel, Irão, Alemanha, Inglaterra, França, Espanha e Portugal.

As exposições Commercio, de João Gigante, Um lugar chamado diáspora, de Andreia Alves de Oliveira, e Padrão, de Bruna Prazeres, inauguradas durante o festival, estão patentes até Setembro na Casa da Cultura de Melgaço.

O festival é organizado pela Câmara de Melgaço em parceria com a Associação de Produção e Animação Audiovisual - AO NORTE e tem por objectivo "promover e divulgar o cinema etnográfico e social, reflectir sobre identidade, memória e fronteira e contribuir para um arquivo audiovisual sobre a região".

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