Presidente ouve partidos e parceiros sociais sobre "situação política"

Marcelo quer ouvir os actores políticos antes das férias. Orçamento, banca e ambiente europeu podem estar na agenda.

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Marcelo quer tomar o pulso ao clima político Miguel Manso

O Presidente da República vai ouvir os partidos com assento parlamentar na segunda-feira e os parceiros sociais na terça-feira e quarta-feira, numa ronda de reuniões que servirá para perceber o clima político antes das férias de Verão. As convocatórias que seguiram para os partidos indicam como tema genérico a "situação política".

Marcelo Rebelo de Sousa quer ouvir os principais actores políticos num momento em que estão em cima da mesa dossiers sensíveis como a banca, a preparação do Orçamento de Estado para 2017 e a possibilidade de sanções europeias, que podem ser decididas na próxima semana pela Comissão Europeia. 

Na mira do Presidente deverá também estar a eleição para presidente do Conselho Económico e Social, depois de o Parlamento ter falhado a eleição de Correia de Campos para o cargo, apesar do nome do antigo ministro socialista ter sido objecto de um acordo entre os dois maiores partidos, PS e PSD. 

Os partidos são recebidos entre o meio dia e as 18h de segunda-feira, com uma hora de intervalo entre cada um e por ordem crescente de representação parlamentar, e os parceiros na terça-feira à tarde, com excepção da CAP, que será recebida na quarta-feira, e da UGT, que já esteve em Belém esta semana.

É a terceira vez que Marcelo Rebelo de Sousa chama formalmente os partidos a Belém, desde que tomou posse a 9 de Março. A primeira vez foi a 24 de Abril, mas na altura o tema dos encontros foi divulgado antecipadamente: o Programa de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas, que tinham sido apresentados pelo Governo.

Em finais de Junho, recebeu os partidos por imposição constitucional, no quadro da marcação da data das eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores. Antes disso, Pedro Passos Coelho e Assunção Cristas tinham sido recebidos pelo Presidente após os congressos dos seus partidos, PSD e CDS, em que foram eleitos presidentes.

No entanto, o PÚBLICO sabe que o Presidente tem recebido informalmente os partidos com assento parlamentar, em especial os que apoiam o governo no Parlamento - BE, PCP e PEV -, embora fora da agenda pública. 

Marcelo Rebelo de Sousa tem repetido os apelos aos consensos nacionais, abrangendo sempre os partidos políticos e os parceiros sociais. No final de Maio, no encerramento do Forum das Políticas Públicas, o chefe de Estado insistiu na necessidade de um compromisso de médio e longo prazo em Portugal, defendendo que tal exige um "diálogo permanente entre as forças políticas e os parceiros sociais".

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