Desacatos antes e após o Inglaterra-Rússia

Empate entre os dois favoritos no Grupo B (1-1) manchado por cenas de violência, em Marselha.

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REUTERS/Jean-Paul Pelissier
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O primeiro empate do Euro 2016 teve contornos dramáticos, com a Rússia a evitar, já no período de compensação, a derrota frente à Inglaterra (1-1). Num encontro antecedido por uma autêntica batalha campal no centro de Marselha, protagonizada pelos adeptos dos dois países – após o final da partida voltaram a ver-se cenas de violência no interior do estádio –, os ingleses não conseguiram segurar a vantagem e tornaram a começar uma fase final do Europeu sem ganhar. Nas oito ocasiões anteriores, a selecção inglesa tinha obtido quatro empates e outras tantas derrotas.

As ruas do centro de Marselha foram palco de mais cenas de violência, após os desacatos dos dias anteriores. Adeptos ingleses e russos envolveram-se em confrontos, recorrendo ao que tinham à mão para usar como arma de arremesso: garrafas de vidro, cadeiras e até mesas de esplanada. Pelo menos um cidadão inglês teve de ser transportado para o hospital após ter sofrido um ataque cardíaco e ficado inconsciente. A ameaça do hooliganismo continua a pairar sobre o Euro 2016, e as preocupações aumentaram com os incidentes entre russos a ingleses, ainda dentro do estádio, em sectores das bancadas que não estavam fisicamente separados.

No relvado, a Inglaterra deixou uma boa imagem durante o primeiro tempo, mas as ameaças que esboçou à baliza russa embateram em Akinfeev, que defendeu tudo. O guarda-redes assumiu o protagonismo, travando o remate de Lallana (7’), o cabeceamento de Smalling (12’), o disparo de Rooney (35’) e a bola traiçoeira de Kane (37’).

Após uma primeira parte discreta, com apenas um remate, a Rússia surgiu melhor no segundo tempo e criou um par de situações de perigo. Mais atrevida e a tentar dividir o jogo, teve a oportunidade mais flagrante de golo surgiu num lance em que Eric Dier quase fazia autogolo: após um pontapé de canto, o futebolista ex-Sporting cabeceou mal, na direcção da própria baliza, mas Joe Hart fez uma boa defesa.

A Inglaterra voltou a aumentar a pressão e ficou perto do golo aos 71’. Rose cruzou na esquerda para Rooney, que rematou rasteiro mas Akinfeev opôs-se com uma excelente defesa – a bola ainda tocou na trave e não entrou. Mas foi Eric Dier, depois da ameaça à própria baliza, a ir ao lado oposto do campo adiantar a selecção inglesa. O golo surgiu num livre directo, com Kane a fazer a simulação e Dier a disparar de forma irrepreensível, sem hipóteses para Akinfeev.

Porém, a Rússia não baixou os braços e, nos derradeiros instantes do encontro, foi premiada com o 1-1. Uma bola lançada para a área por Schennikov encontrou a cabeça de Vasili Berezutski, que saltou mais alto do que Rose e, ainda fora da pequena área, bateu Hart, que pareceu ser apanhado desprevenido.

A desilusão inglesa e a euforia russa desencadearam mais cenas de violência, com adeptos a envolverem-se nas bancadas do Vélodrome. A Inglaterra voltou a iniciar uma fase final do Europeu sem ganhar, deixando o País de Gales isolado na liderança do Grupo B. “Este resultado sabe muito mais a derrota do que a empate”, lamentou no final o seleccionador inglês, Roy Hodgson.

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