Há um Santo António com mais de 10 metros no Rossio

A tradição dos tronos de Santo António regressa às ruas lisboetas durante as Festas de Lisboa. Esta quarta-feira, a praça do Rossio recebe uma réplica com mais de 10 metros, construída por mais de duas centenas de pessoas.

Durante dois meses, mais de 260 pessoas trabalharam na construção do trono
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Durante dois meses, mais de 260 pessoas trabalharam na construção do trono DR
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Durante dois meses, mais de 260 pessoas trabalharam na construção do trono DR

Quando Lisboa tremeu em 1755, pouco se salvou da destruição causada pelo terramoto, pelo maremoto e pelos múltiplos incêndios que se seguiram. No rasto de devastação causado pelo sismo, nem Santo António escapou. Aquele que desde o século XVI cumpria o papel de padroeiro da capital portuguesa viu a sua igreja ser parcialmente destruída e, com ela, o seu trono. Preocupados com a reconstrução da igreja de Santo António, na freguesia de Santa Maria Maior, os lisboetas começaram a pedir “um tostãozinho” para o padroeiro da cidade. Foi então por essa ocasião que começaram a surgir os tronos de Santo António, esculpidos pela criatividade dos moradores com o apoio das colectividades dos bairros. Hoje, mais de dois séculos e meio depois, a tradição de construção de tronos de Santo António regressa aos bairros mais típicos de Lisboa e a uma das suas praças maiores.

É na praça do Rossio de Lisboa que está a ser construído um trono de Santo António com mais de 11 metros de altura. Durante cerca de dois meses, mais de 260 pessoas da freguesia de Santa Maria Maior trabalharam em conjunto para a construção do trono. Crianças em idade pré-escolar e até aos 16 anos juntaram-se a um grupo de moradores com mais de 55 anos e juntos ergueram os quatro andares que elevam a réplica do santo.

O trono é inaugurado esta quarta-feira, 1 de Junho, numa celebração conjunta do início das Festas de Lisboa e do dia da Criança e manter-se-á na praça até ao final do mês. A partir das 16h e até às 19h, as actividades são destinadas aos mais novos, com a praça do Rossio a encher-se de insufláveis, música, pipocas e algodão doce.

O gigante trono de Santo António abre o apetite para as mais de 200 inscrições que a EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural da Câmara de Lisboa contou para este ano. Os tronos saem à rua já este fim-de-semana e será disponibilizado um guia para os encontrar entre as ruas lisboetas.

Para o presidente da autarquia de Santa Maria Maior, a construção de o trono dá vida “a uma ancestral tradição lisboeta, que tanto diz às nossas gentes”. “Este trono é fruto do trabalho colectivo de muitas pessoas, que deram o melhor de si para o oferecer à cidade, marcando impressivamente este período em que Lisboa se festeja como uma grande cidade popular”, afirma Miguel Coelho, presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.

O autarca elogia ainda a centralidade da autarquia. “Santa Maria Maior é o coração de Lisboa e é no seu território, pelas suas ruas, praças e vielas, que as festas pulsam com toda a sua genuinidade ao longo do mês de Junho”, acrescenta em comunicado. 

Além do trono de Santo António, a freguesia volta a receber uma manta construída por retalhos, reunidos pelos mesmos autores do trono gigante. Em 2015, a manta cobriu a fachada do edifício da autarquia. Este ano, a manta cresceu e conta 15 metros de comprimento por 12 de largura, mas o destino ainda não está decidido. A manta só sairá à rua no dia 20 de Julho, por altura do festival Paratissima.

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