Prince disse adeus à Internet e agora são poucas as músicas que podemos partilhar

Músico não era fã de redes sociais, não queria os seus vídeos no YouTube ou os seus discos nos serviços de streaming.

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Músico mantinha apenas uma conta no Twitter e outra no Instagram Reuters

Ele teve conta no Twitter, no Facebook, no Soundcloud, no YouTube, no Spotify, até ao dia em que deixou de ter. Foi notícia em todo o mundo: Prince deixou a Internet. Estávamos no final de 2014 e o ícone pop dizia estar farto do abuso da Internet. Agora, com a sua morte esta quinta-feira aos 57 anos, torna-se difícil prestar-lhe homenagem em serviços de streaming como o Spotify ou até mesmo no YouTube, onde são poucos os vídeos.

No Spotify, há uma ou outra música, coisa pouca. No YouTube, a opção é mais variada, até porque se somam os vídeos que os fãs fizeram questão de copiar para ali ou excertos de concertos. Mas no geral, é difícil encontrar uma oferta do catálogo do músico que nos deu Why you wanna treat me so bad?Purple rain ou Cream.

“A Internet está completamente acabada. Não vejo porque deveria dar a minha nova música no iTunes ou a qualquer outra pessoa. Eles não me pagam adiantado por isso e depois ficam chateados quando não a podem ter”, disse em 2010 numa entrevista ao britânico Daily Mirror, comparando a Internet ao canal de televisão MTV. “Houve uma altura em que estava na moda e de repente ficou ultrapassado. Enfim, todos estes computadores e gadgets digitais não são bons”, defendia.

Mais tarde, em 2014, Prince decidia apagar as suas contas no Facebook e no Twitter, além de grande parte dos seus vídeos no YouTube. No Spotify, por exemplo, ainda era possível ouvir a sua discografia, mas até isso durou pouco tempo. No Verão de 2015, com álbuns novos para ouvir, Prince dizia adeus ao streaming, ou pelo menos, a grande parte dos serviços de streaming. O músico apagava todo o seu historial destes serviços e ficava-se apenas pelo Tidal, que Jay Z relançou em Março, depois de o ter comprado por 56 milhões de dólares (50 milhões de euros), com a promessa de dar uma “nova direcção” ao sector musical de “um ponto de vista criativo e comercial”.

No final de Abril, já Prince se associava à marca com a transmissão em directo do concerto que teve como mote a canção Baltimore, com a qual reagiu à morte do jovem afro-americano Freddie Gray às mãos da polícia norte-americana.

Mas sendo Prince um artista imprevisível, eis que o músico voltaria a surpreender no final desse ano voltando não só ao Twitter como aparecendo no Instagram, onde se mantinha particularmente activo. Mais um vez, foi notícia em todo mundo: Prince fez as pazes com a Internet? A resposta ainda agora não é clara.

Hoje, os fãs têm muitas fotografias para partilhar. Músicas é que nem por isso.

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