Hospital de Santo António confirma sete doentes com bactéria multirresistente

Presidente do conselho de administração explica que têm sido detectados vários casos nos últimos meses e diz que a unidade já se habituou a lidar com eles.

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A maior parte dos doentes com a bactéria está numa enfermaria junto ao serviço de Endocrinologia PAULO RICCA

O Centro Hospitalar do Porto, que inclui o Hospital de Santo António, confirmou nesta sexta-feira que foram detectados sete casos de doentes portadores de uma bactéria multirresistente, dois dos quais apresentam infecção activa. Segundo o assessor de imprensa da instituição, António Barros, os sete doentes encontram-se actualmente isolados numa enfermaria junto ao serviço de Endocrinologia.

O assessor confirma que a bactéria — a  Klebsiella pneumoniae com resistência a carbapenemes, conhecida pela sigla KPC — foi identificada na sequência da realização de análises de rastreio no âmbito da política de prevenção do hospital. Trata-se do mesmo tipo de bactéria responsável por um surto que afectou, desde Agosto do ano passado, mais de 100 doentes no Hospital de Gaia, três dos quais morreram. A mesma bactéria foi detectada em Fevereiro passado no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), onde matou igualmente três doentes.

O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Porto, Sollari Allegro, explicou ao PÚBLICO que têm sido detectados vários casos com a bactéria multirresistente, alguns ainda antes do início do surto em Vila Nova de Gaia. Sollari Allegro garante que os doentes são sempre isolados e diz que o centro hospitalar já se habituou a lidar com estes casos. “Os doentes são colocados numa enfermaria, com maior distância entre as camas, e os profissionais de saúde reforçam as medidas de prevenção do contágio”, afirmou.

Sobre o isolamento, a Comissão de Controlo de Infecção e Resistência aos Antimicrobianos do centro hospitalar esclarece que “foram criadas duas zonas de internamento dedicadas aos doentes portadores destas bactérias”. Os doentes que necessitam de cuidados intensivos ou intermédios são internados no serviço de Cuidados Intensivos e “os restantes são internados numa enfermaria que se localiza no serviço de Endocrinologia, mas que está separada do restante serviço e tem profissionais dedicados”.

A comissão explica que a escolha do serviço de Endocrinologia “prende-se com questões logísticas do hospital e não com a especialidade em si".

Sobre os dois pacientes com a infecção activa, o assessor de imprensa adianta que são idosos que já estão internados há algum tempo na instituição (um deles entrou a 30 de Janeiro e o outro a 11 de Março). O PÚBLICO tem conhecimento de um doente portador da bactéria que morreu no hospital no final de Março, mas os responsáveis garantem que a causa da morte não está associada à bactéria. “O processo clínico regista que tinha múltiplas complicações de saúde e que a causa do falecimento é outra que não a bactéria”, afirma o assessor de imprensa. com Alexandra Campos

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