O post no Facebook que fez cair um ministro

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João Soares Adriano Miranda

O diplomata e poeta Luís Filipe Castro Mendes, representante de Portugal junto do Conselho da Europa, e o programador Miguel Honrado, que presidia até agora à administração do Teatro Nacional D. Maria II, tomam posse esta quinta-feira, respectivamente como ministro e secretário de Estado da Cultura.

É o epílogo de um episódio que foi desencadeado há exactamente uma semana, quando o efémero antecessor de Castro Mendes, João Soares, prometeu na sua página do Facebook umas “salutares bofetadas” ao crítico Augusto M. Seabra, do PÚBLICO, e “já agora ao Vasco Pulido Valente”.

António Costa, que já não teria gostado do estilo musculado que Soares usara na praça pública para demitir António Lamas do Centro Cultural de Belém, não hesitou desta vez em lembrar-lhe que um ministro seu nem à mesa do café se poderia esquecer de que o é.

João Soares demitiu-se logo na manhã seguinte, dia 8, afirmando que saía por “profunda solidariedade” com o Governo e o primeiro-ministro, mas também por não prescindir do seu “direito à expressão da opinião e da palavra”, que aparentemente considerava terem sido postos em causa.

O episódio podia ter fragilizado o Governo de Costa num momento já de si difícil, mas este soube reconhecidamente dar a volta por cima: geriu o assunto sem tergiversações e com a rapidez que se impunha, e escolheu uma figura independente, ainda que próxima do PS, e que parece estar a gerar expectativas positivas no sector.

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