O regresso de White Fence e a estreia de DAWN, destaques na ZDB e na gnration

A banda de Tim Presley e a cantora que revolve o R&B são dois dos nomes que veremos nos próximos meses na sala lisboeta e bracarense. Jacco Gardner, Steve Gunn, Kirk Knight, Medeiros /Lucas ou B Fachada protagonizam outros concertos

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White Fence é o nome atrás do qual se esconde Tim Presley, guitarrista e compositor que conjuga o lado mais visceral do garage-rock com a queda para a exuberância psicadélica

A norte e a sul, teremos dois meses preenchidos antes do início da época de festivais. É o que nos diz a programação da lisboeta Galeria Zé dos Bois e da bracarense gnration para os próximos tempos. Em comum, White Fence, nome destacado do rock’n’roll da costa oeste americana, ao lado de Ty Segall, com quem já colaborou, e Steve Gunn, guitarrista de Brooklyn autor de Way out Weather e de colaborações com Kurt Vile ou Mike Cooper.

White Fence, que vimos no Primavera Sound em 2013, é o nome atrás do qual se esconde Tim Presley, guitarrista e compositor que conjuga o lado mais visceral do garage-rock, como ouvimos em Hair, gravado em parceria com Ty Segall, com a queda para a exuberância psicadélica de Syd Barrett. Actuará na ZDB, em Lisboa dia 29 de Maio, e dia 30 no gnration, dia em que também subirá a palco Steve Gunn. O guitarrista, que desce à ZDB no dia seguinte, a 31, tem Portugal inscrito na discografia: Cantos de Lisboa nasceu do encontro de Gunn com o guitarrista Mike Cooper no OutFest do Barreiro.

Tim Presley lançou no final de 2015 W-X, creditado igualmente a W-X, trabalho solitário de cariz experimental. Há a possibilidade de, quando regressar a Portugal, já trazer consigo o sucessor de For the Recently Found Innocent, o seu último álbum enquanto White Fence.

Noite especial será a de 16 de Junho na ZDB, quando DAWN, ou seja, Dawn Richard, se estrear em Portugal. Nas suas mãos, o R&B tal como explorado por Beyoncé encontra-se com a ambição dramática de Kate Bush e com a idiossincrasia criativa de uma Björk, da qual resultam canções onde a vanguarda se torna pop. Integrada inicialmente nas Danity Kane, girl band nascida no programa televisivo Making the Band, apadrinhado por Sean “Puff Daddy” Combs , DAWN emancipou-se e iniciou em 2013 uma carreira a solo da qual resultaram Goldenheart e Blackheart, este último destacado como um dos álbuns de 2015 pela Rolling Stone ou pela Spin - a FACT destacou-o mesmo como disco do ano.

Na programação de ambas as associações destacam-se músicos com várias passagens entre nós, como Josephine Foster, que apresentará o seu último álbum, No More Lamps In The Morning, releitura de várias canções da sua obra passada, no Museu dos Biscaínhos, em Braga, dia 9 de Abril, ou os chilenos Föllakzoid, que apresentarão o último III no gnration, dia 17 de Junho (a presença de Tim Hecker na sala bracarense, dia 9 de Maio, já é conhecida).

Na ZDB, assinale-se o regresso de Jacco Gardner, o holandês ícone de um psicadelismo fantasioso, barroco e delicado, que actuará dia 14 de Abril, em antecipação do Lisbon Psych Fest, que se inicia no dia seguinte no Teatro do Bairro, em Lisboa, num concerto especial partilhado com a violoncelista Helena Espvall, e a apresentação de Fleeting, o novo álbum do fingerpicker americano Glenn Jones (dia 5 de Maio). Entre os dois, a 28 de Abril, o rock’n’roll dilacerante dos britânicos Hey Collossus, banda de culto que foi um dos destaques da edição 2015 do festival Milhões de Festa. No dia seguinte, os Medeiros/Lucas do cantor Carlos Medeiros e do guitarrista e compositor Pedro Lucas apresentarão na sala da Rua da Barroca Terra do Corpo, o álbum que sucederá ao celebrado Mar Aberto (edição marcada para 5 de Abril).

A norte, o gnration programa concertos dos Capitão Fausto, que mostrarão dia 14 de Maio as canções do seu anunciado terceiro álbum de originais, Têm os Dias Contados, e de B Fachada, também ele com material novo para levar a palco, em Braga, no dia 25 de Junho. Antes disso, a 30 de Abril, o gnration abre as portas para um dia de múltiplas actividades. Entre o cinema ou as instalações, os concertos de Sensible Soccers, PZ, Filho da Mãe e Glockenwise.

Na ZDB, atenção a Kirk Knight, parte do colectivo de Brooklyn Pro Era onde encontramos, por exemplo, Joey Badass, e nome a ter em atenção no panorama hip hop actual mais exigente (o álbum de estreia Late Knight Special será desvendado a 9 de Abril), ao psicadelismo deliciosamente pachorrento de Tomorrow’s Tulips, que encontramos no catálogo da Burger Records (26 de Maio, com primeira parte dos lisboetas Mighty Sands) e à revisita aos anos 1980, em som e imagem, de Geneva Jacuzzi, que vem apresentar o álbum Technophelia a 19 de Maio.

A sala lisboeta apresenta também Old Jerusalem e o seu novo A Rose is a Rose is a Rose dia 2 de Abril (primeira parte de Manuel Dordio) e a estreia do novo álbum do duo de músicos e artistas plásticos CALHAU! (8 de Abril).

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