Quase 400 jovens mortos nas estradas portuguesas entre 2010 e 2014

Governo anuncia “grande acção” para sensibilizar os e combater a sinistralidade rodoviária entre os jovens

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Campanha rodoviária de sensibilização para futuros condutores realiza-se desde 2012 Foto: Fernando Veludo/nFactos

O risco de morte em acidentes rodoviários entre jovens dos 18 e os 24 anos é cerca de 30% superior ao da restante população e 51% dos mortos e feridos graves nesta faixa etária resultaram de despistes, seguido de colisões (48%), segundo a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) que já tinha alertado para esta realidade em anos anterioresAs estatísticas da sinistralidade rodoviária envolvendo jovens foram esta terça-feira apresentadas durante a cerimónia de lançamento da edição de 2016 do programa de segurança rodoviária "BP Segurança ao Segundo", destinado a futuros condutores. 

Jorge Jacob, presidente da ANRS, divulgou ainda que quase 380 jovens morreram em acidentes rodoviários entre 2010 e 2014, representando 10% do total das vítimas mortais. Entre os jovens registaram-se 378 vítimas mortais, 1575 feridos graves e 28.895 feridos ligeiros, tendo a sinistralidade deste grupo etário registado um custo económico e social estimado em 1,159 milhões de euros. A maioria dos acidentes, envolvendo jovens e com mortos ou feridos graves, ocorrem dentro das localidades, durante a noite e a madrugada, sobretudo aos fins-de-semana.

 De acordo com a ANSR, esta realidade explicada pela "inexperiência dos jovens condutores, as suas características psicológicas e pelos cinco principais factores de risco identificados para esta faixa etária: velocidade, álcool, telemóvel, fadiga e a não utilização do cinto de segurança".

Na sessão, o Secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, anunciou que será realizada por parte do Governo uma “grande acção” de sensibilização com forças de segurança junto a estabelecimentos nocturnos frequentados por jovens para os sensibilizar para os perigos do álcool e impedi-los de conduzirem, sem que sejam multados, caso apresentem taxa de alcoolemia superior à permitida por lei.

Segundo o secretário de Estado, é necessário apostar na fiscalização em meio urbano já que a grande maioria de acidentes mortais que envolvem jovens ocorrem em meio urbano. Defendeu igualmente a aposta na sensibilização em relação ao consumo de álcool.

Quando questionado sobre o Plano de Segurança Rodoviária 2016-2020, disse que em meados de Março ou Abril, a base do documento que contém o plano já deverá estar concluída. Mencionou ainda a importância dos municípios no combate a sinistralidade, uma vez que “continua a haver muitos mortos em meio urbano, inclusive nas passadeiras”, acrescentou.  

Por seu turno, o presidente da ANSR, Jorge Jacob, disse que o organismo vai continuar a apostar na prevenção, já que o "óptimo" seria ter "zero mortes" devido a acidentes". Embora os números da sinistralidade rodoviária tenham registado uma diminuição, nos últimos anos, Jorge Jacob disse que o número de mortes ocorridas no hospital aumentou 32% em 2014.

Lembrou ainda que a sinistralidade em meios urbanos é um problema que permanece, sublinhando haver ainda "um longo caminho a percorrer" para inverter esta tendência.

 

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